tag:blogger.com,1999:blog-7818762987662065209.post533264470675944092..comments2023-09-22T12:10:49.701-03:00Comments on O QUE ESTOU LENDO... OU LI: O Grande Gatsby [***]Jorge Fernandes Isahhttp://www.blogger.com/profile/08382129717738845288noreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-7818762987662065209.post-42248317129889335262016-01-03T19:19:23.797-02:002016-01-03T19:19:23.797-02:00Sempre tive um pé atrás com Fizgerald, talvez, por...Sempre tive um pé atrás com Fizgerald, talvez, porque muitos dos seus livros se tornaram em filmes, e filmes de sucesso. Mas, se for por esse motivo, é uma bobagem, já que obras monumentais da literatura mundial (citarei Faulkner, Mann e Shakespeare, p. ex) foam filmadas.<br /><br />Independente do motivo, sempre me recusei a ler um dos seus livros, não tanto pela ojeriza, mais pelo fato de haver outras prioridades literárias e outros autores mais necessários. <br /><br />Então, comprei o ebook de "O Grande Gatsby" e, para a minha surpresa, Fizgerald se mostrou um escritor muito além do rótulo de "bom", não somente pela narrativa fluida e que prende a atenção do leitor, mas pela descrição da alma humana, em especial, presente nos protagonistas, onde afloram a superficialidade, o egoísmo, a megalomania, a apatia e o desinteresse por nada além de si mesmos. Não há lugar para o amor e a felicidade além do que as aparências não demonstram. <br /><br />Por isso, talvez, o romance entre Gatsby e Daisy se desenrole na surdina, na penumbra da Nova York dos anos 20, cujo conhecimento apenas o narrador, Nick, e Jordan compartilham. No final, ele se desfaz, incógnito, como começou.<br /><br />Mas, penso, o tema central é a solidão, preenchida com o trabalho, orgias, amantes e bebedeiras, carrões, e muito, muito exibicionismo. <br /><br />Fizgerald faz um retrato do universo cosmopolita e todos os seus vícios, sem que ninguém pareça dar conta deles, sem se considerarem prisioneiros de um estilo ou modo de vida. <br /><br />Além do amor de Gatsby por Daisy (mais interessada em ter uma opção ao seu casamento com Tom, do que propriamente amor), sobressai-se a amizade dele com Nick. <br /><br />O final, bem, não vou contar. Mas parece que F. Scott quis ressaltar, ao menos, um ponto positivo, e o único a perdurar para além da última página. Claro, sem se esquecer da solidão, a qual se tornou ainda maior para Nick. <br /><br />O autor não é um Faulkner ou Mann, está longe disso. Mas pensar, como eu pensava, que era um escritor ruim, está ainda mais longe da verdade. <br /><br />Uma boa estréia, minha, com Fizgerald. <br /> Jorge Fernandes Isahhttps://www.blogger.com/profile/08382129717738845288noreply@blogger.com