Primo Levi
256 Páginas
Editora Rocco
"É isto um homem? desnuda o
projeto essencial dos campos de extermínio: a demolição do homem por
meio de grandes e pequenos atos de privação. É a redução do ser humano
aos seus instintos mais básicos: um colecionador de farelos de pão, um
lambedor de colher com restos de sopa. É o relato cru e sincero de um
projeto de poder que deixou uma cicatriz profunda na humanidade."
Primo Levi (1919-1987) foi um escritor e químico italiano de ascendência
judaica. Sobrevivente de Auschwitz, ele dedicou sua vida a uma reflexão
profunda sobre a frágil condição humana. É isto um homem? é considerada uma das obras memorialísticas mais importantes do século XX.
Um comentário:
"É isto um homem?" tem muitas semelhanças com o livro do Dr. Viktor Frankl, "Em Busca de Sentido", revelando as misérias e tragédias vividas em um campo de concentração Nazista, durante a 2a. Guerra Mundial.
Temos praticamente os mesmos quadros de dor, desesperança, medo, angústia, e incertezas, mas também relatos de amizades, companheirismo, e da engenhosidade humana para "driblar" as situações mais sinistras e dolorosas.
A meu ver, o livro do Dr. Frankl é muito superior, por um grande detalhe, ele nutria uma esperança e confiança no homem que Levi não nutre. Frankl, ao mesmo tempo em que relata as atividades más dos alemães e de muitos prisioneiros também, revela momentos de gentileza e bondade de ambos os lados, enquanto Levi parece ver tudo muito negro para onde dirige o seu olhar.
Certamente o elemento transcendental e divino na narrativa de Frankl influencia em muito a sua capacidade de ver o lado bom das pessoas mesmo nas adversidades. No aspecto humanista, Frankl o é em menor monta, ainda que acredite no homem mas não a partir de si mesmo, mas do "Imago Dei", da imagem de Deus (ele não utiliza esta expressão, mas penso que ela define o seu modo de pensar), enquanto Levi estaria mais para um humanista cético e racional.
De qualquer forma, as descrições que ambos dão ao período em que estiveram no cárcere nazista, mostra-nos o quanto uma ideologia (neste caso marxista, e, você marxista, não adianta espernear pois o Nazismo é uma vertente do pensamento de Marx) pode ser destrutiva, maligna e assassina.
Vale a pena a leitura de ambos, mas apesar do comentário ser ao livro de Primo Levi, sugiro ardorosamente o livro de Viktor Frankl.
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