Sempre tive um pé atrás com Fizgerald, talvez, porque muitos dos seus livros se tornaram em filmes, e filmes de sucesso. Mas, se for por esse motivo, é uma bobagem, já que obras monumentais da literatura mundial (citarei Faulkner, Mann e Shakespeare, p. ex) foam filmadas.
Independente do motivo, sempre me recusei a ler um dos seus livros, não tanto pela ojeriza, mais pelo fato de haver outras prioridades literárias e outros autores mais necessários.
Então, comprei o ebook de "O Grande Gatsby" e, para a minha surpresa, Fizgerald se mostrou um escritor muito além do rótulo de "bom", não somente pela narrativa fluida e que prende a atenção do leitor, mas pela descrição da alma humana, em especial, presente nos protagonistas, onde afloram a superficialidade, o egoísmo, a megalomania, a apatia e o desinteresse por nada além de si mesmos. Não há lugar para o amor e a felicidade além do que as aparências não demonstram.
Por isso, talvez, o romance entre Gatsby e Daisy se desenrole na surdina, na penumbra da Nova York dos anos 20, cujo conhecimento apenas o narrador, Nick, e Jordan compartilham. No final, ele se desfaz, incógnito, como começou.
Mas, penso, o tema central é a solidão, preenchida com o trabalho, orgias, amantes e bebedeiras, carrões, e muito, muito exibicionismo.
Fizgerald faz um retrato do universo cosmopolita e todos os seus vícios, sem que ninguém pareça dar conta deles, sem se considerarem prisioneiros de um estilo ou modo de vida.
Além do amor de Gatsby por Daisy (mais interessada em ter uma opção ao seu casamento com Tom, do que propriamente amor), sobressai-se a amizade dele com Nick.
O final, bem, não vou contar. Mas parece que F. Scott quis ressaltar, ao menos, um ponto positivo, e o único a perdurar para além da última página. Claro, sem se esquecer da solidão, a qual se tornou ainda maior para Nick.
O autor não é um Faulkner ou Mann, está longe disso. Mas pensar, como eu pensava, que era um escritor ruim, está ainda mais longe da verdade.
Um comentário:
Sempre tive um pé atrás com Fizgerald, talvez, porque muitos dos seus livros se tornaram em filmes, e filmes de sucesso. Mas, se for por esse motivo, é uma bobagem, já que obras monumentais da literatura mundial (citarei Faulkner, Mann e Shakespeare, p. ex) foam filmadas.
Independente do motivo, sempre me recusei a ler um dos seus livros, não tanto pela ojeriza, mais pelo fato de haver outras prioridades literárias e outros autores mais necessários.
Então, comprei o ebook de "O Grande Gatsby" e, para a minha surpresa, Fizgerald se mostrou um escritor muito além do rótulo de "bom", não somente pela narrativa fluida e que prende a atenção do leitor, mas pela descrição da alma humana, em especial, presente nos protagonistas, onde afloram a superficialidade, o egoísmo, a megalomania, a apatia e o desinteresse por nada além de si mesmos. Não há lugar para o amor e a felicidade além do que as aparências não demonstram.
Por isso, talvez, o romance entre Gatsby e Daisy se desenrole na surdina, na penumbra da Nova York dos anos 20, cujo conhecimento apenas o narrador, Nick, e Jordan compartilham. No final, ele se desfaz, incógnito, como começou.
Mas, penso, o tema central é a solidão, preenchida com o trabalho, orgias, amantes e bebedeiras, carrões, e muito, muito exibicionismo.
Fizgerald faz um retrato do universo cosmopolita e todos os seus vícios, sem que ninguém pareça dar conta deles, sem se considerarem prisioneiros de um estilo ou modo de vida.
Além do amor de Gatsby por Daisy (mais interessada em ter uma opção ao seu casamento com Tom, do que propriamente amor), sobressai-se a amizade dele com Nick.
O final, bem, não vou contar. Mas parece que F. Scott quis ressaltar, ao menos, um ponto positivo, e o único a perdurar para além da última página. Claro, sem se esquecer da solidão, a qual se tornou ainda maior para Nick.
O autor não é um Faulkner ou Mann, está longe disso. Mas pensar, como eu pensava, que era um escritor ruim, está ainda mais longe da verdade.
Uma boa estréia, minha, com Fizgerald.
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