Jonathan Edwards
Editora Fiel
328 Páginas
"O diário de David Brainerd, comentado por Jonathan Edwards neste volume, constitui um desafio ao cristão de nossos dias; sua vida de dedicação ao Senhor é um exemplo que deve impactar a vida daqueles que buscam sinceramente agradar ao Senhor em sua jornada."
Um comentário:
Estou relendo este livro pela terceira vez.
A primeira, foi logo no início da minha conversão, em 2004. Talvez dois anos após. Causou-me um grande impacto descobrir o quanto David Brainerd fora um servo humilde, dedicado e confiante no Senhor. Durante o seu ministério, findo aos 29 anos, ele buscou com todas as poucas forças físicas que lhe restavam cumprir a vontade divina, fazendo-a com o seu melhor. Ainda que debilitado pela tuberculose, não se esquivou a fazer aquilo que era o foco e o alvo da sua vida: pregar o evangelho a fim de salvar as almas perdidas.
Foi estabelecer-se na divisa dos EUA com o Canadá, passando pelas agruras de uma vida sem conforto e sujeita às intempéries climáticas. Para uma pessoa que tem pulmões fracos, nada pior do que o frio congelante daquelas paragens. Estamos em pleno século XVIII.
Mas nada o demoveria do seu objetivo. Nem mesmo a iminente morte (basta lembrar que, à sua época, a tuberculose equivalia a um câncer terminal. A sentença de morte era uma realidade fustigante e assídua.
Em seu diário temos os seus pensamentos a respeito de si mesmo, um pecador miserável como se identificava; entregava-se a longos momentos de oração e na leitura das Escrituras; clamando pelas almas pagãs, especialmente dos índios.
O livro relata em detalhes as aflições, dúvidas, insegurança em relação ao seu ministério, mas a certeza de ter sido separado por Deus para levar o Evangelho de Cristo a quem o ouvisse. De maneira geral, não se considerava um bom pregador, nem um bom pastor, depositando todas as suas fraquezas no poder do Espírito a fim de ser utilizado como instrumento para conversões e bênçãos aos indígenas, em especial.
Ao ler as páginas escritas por David Brainerd, que quase foi genro de Jonathan Edwards (estava prometido para a sua filha), nos deparamos com uma mente moldada por Cristo, disposta a sofrer injustiças, tribulações, dores, solidão e desprezo para servir a Deus. Para amar o próximo. E servi-lo também.
Ao nos deparar com o relato, sentirmo-nos ainda mais miseráveis e inúteis não é escolha, mas uma certeza. Aquele homem, ainda que sendo chamado para a glória jovem (morreu aos 29 anos, vítima da tuberculose), teve momentos tão intensos com o Espírito de Deus, e serviu-o tão abnegadamente, sem a esperança de qualquer recompensa terrestre, que sentir-nos desgraçadamente improdutivos, fúteis e presunçosos, em nosso orgulho, é inevitável.
Não sei o porquê do cristãos não lerem mais biografias, especialmente daqueles homens que viveram, e morreram, para servir a Deus naquilo em que tinham de melhor: vasos para a glória de Cristo, e a missão de levar as “boas novas” até onde o Senhor desejasse. Uma geração de crentes que nunca leram ou ouviram falar de Brainard, Edwards, Bunyam, Spurgeon, Livingstone, Carey, entre outros, é uma geração que desconhece o passado e, certamente, compromete o próprio futuro. O futuro da igreja e o próprio. Esses homens, e tantos outros, devem servir de exemplo; e suas histórias nos moverem a ser mais servos e menos “senhores”, inclusive de nossas vidas. Eles amaram, se dedicaram, viveram e morreram para glorificar o nome do nosso Senhor.
O Diário de David Brainerd é um livro fundamental. E, não atoa, foi publicado após a sua morte, pelo seu futuro (e agora ex) sogro, Edwards. E tem sido instrumento, ainda hoje, para mover jovens e adultos ao desejo sincero de servir e dedicar-se a Deus de todo o coração. E à sua obra com fervor.
Livro imprescindível.
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