O Voo do Corvo (**)







Jeffrey Archer
Bertrand Brasil
600 Páginas





"O inicio dos negócios de Charlie Trumper se dá ao lado de seu avô, vendendo verduras e frutas em um carrinho de mão. A partir daí, o comerciante lutará para criar "O Maior Carrinho do Mundo", enfrentando uma guerra, encontrando o amor e descobrindo um misterioso e poderoso inimigo"

Um comentário:

Jorge Isah disse...

Este livro conta a história, ou a saga, de Charles Trumper, um garoto pobre do subúrbio de Whitechapel, em Londres, onde aprende o ofício de quitandeiro com o avô, e ganha o mundo com o seu obstinado empreendedorismo. Do início até o final das mais de seiscentas páginas, ele passa por uma série de infortúnios, desencontros, vitórias, perdas, sucesso e a megalomania de tornar, “o maior carrinho do mundo”, a glória mercantil da Inglaterra.
Transcorre-se sete décadas na vida do protagonista.
Há de tudo um pouco: amor, traição, perfídia, vingança, amizades, alianças, conchavos, cobiça, morte, manipulação. É um daqueles “dramalhões” clássicos, com todos os seus ingredientes. Ah, e tem, sim, um vilão!
História e narrativa simples, sem nada de extraordinário, sem rebuscamentos, em linguagem coloquial, mas que manteve a minha atenção e interesse até o fim.
Tenho de convir que, em muitos momentos, vi-me cansado e meio enfadado com descrições pormenorizadas de eventos que pouco, ou nada, importavam à trama. Um detalhamento excessivo, como se o autor tivesse de fazê-lo a fim de cumprir um determinado número de páginas. E sempre aconteciam, a qualquer mudança de situação, lugar ou personagem, deixando o fluxo um pouco arrastado, truncado, as vezes. Talvez umas cinquenta páginas a menos tornassem-no mais fluído e menos moroso.
Não chega a ser uma falha grave, pois é um recurso muito utilizado para se chegar a um “clímax” na narrativa (evento que precisa de um crescente até atingir o ápice da emoção), mas em muitos casos tal recurso não resultou em qualquer impacto na trama, sendo apenas e tão somente “encheção de linguiça". Cada capítulo foi dedicado a um personagem (alguns personagens tiveram mais de um), que é a “voz” da história. Este é outro ponto no qual as repetições são várias, pois no capítulo, “Charles Trumper”, são narrados fatos que, no capítulo, “Becky Trumper”, repetem-se, agora na ótica desta personagem. É um recurso interessante, mas a repetição, caso não exista algo de surpreendente, torna-se apenas enfadonha, e desnecessária. Bola fora do autor, Jeffrey Archer, neste quesito.
No mais, é uma boa leitura para o fim-de-semana, em que o leitor pode se entregar ao voo linear do corvo, sem se preocupar em pousar em algo mais sólido e consistente.

Após a leitura, classificarei os livros assim:
Péssimo [0] Ruim [*] Regular [**] Bom [***] Muito Bom [****] Excelente [*****]