Sabia pouco sobre o pr. William Carey: era inglês, tornou-se missionário na Índia, e após seis anos de pregação, houve a primeira conversão através do seu ministério. Sabia também, que ele foi o primeiro missionário moderno. Portanto, o interesse em ler a sua biografia. Estou um pouco além da pag. 100, e Carey ainda está em solo britânico. Timothy George descreve as lutas e oposições que Carey e seu grupo(formado por Andrew Fuller, Robert Hall, John Ryland Jr. e John Sutcliff) tiveram para implementar o trabalho missionário, cumprindo a Grande Comissão da qual Cristo nos responsabilizou. O livro relata o amadurecimento espiritual de Carey; e as vias doutrinárias da época (o início do hiper-calvinismo, por exemplo), os avivamentos na Europa e América, e um apanhado geral dos trabalhos missionários de Jonathan Edwards, John Elliot e David Brainer. A escrita é agradável, e, muitas vezes, torna a leitura compulsiva.
Na segunda parte do livro, vemos Carey e Thomas na Índia, ilegalmente, e experimentamos um pouco do sofrimento, aflição e angústia pelos quais passam. Carey perde o seu filho Peter de 5 anos, vítima de uma febre, e vê o nascimento de outro filho, Jonathan, enquanto a sua esposa enlouquece, e irmãos e amigos morrem pelo caminho. Tendo de sobreviver sem ainda dominar o idioma bengalês, abandonado por todos, com o desejo de pregar o Evangelho de Cristo aos pagãos, ainda sofre com a injustiça da sociedade ingleza que crê vê-lo afastar-se do seu real compromisso com as missões (quando, na verdade, essa sociedade foi quem "esqueceu-se" de Carey, Thomas e seus familiares). É evidente o amor que Willian tem para com a obra do Senhor, e o seu único objetivo é a glória de Deus e a conversão de almas. Fica evidente também, a providência de Deus em favor dos Seus filhos, sustentando-os tanto espiritual como materialmente. Timothy George não poderia ter escolhido título mais apropriado para o livro: Fiel Testemunha.
A terceira parte do livro aborda a implementação de grupos missionários na Índia, sob a supervisão de Carey, e a sua entrada na vida acadêmica como professor de bengali, sânscrito e outros dialetos hindus; a tradução da Bíblia para esses dialetos; a morte das duas primeiras esposas e do seu filho Félix; o rompimento com a Sociedade Missionária de Londres, e o surgimento de grupos "liberais" mais jovens (alguns dos quais heréticos) entre os batistas que se opunham aos métodos de Carey. Ele foi professor, pastor, missionário, tradutor, editor, mas o seu objetivo principal era a proclamação do Evangelho de Cristo, sem se esquecer das causas sociais como a luta contra o infantícidio e o ritual de sati (onde as viúvas eram queimadas vivas juntamente com os corpos dos seus maridos mortos), o que acabou sendo proíbido depois de muitos anos de luta (nas quais foi apoiado por Wilberforce). Mas em tudo havia o desejo de glorificar a Deus e de obedecê-lO naquilo que era a Sua vontade, como fica claro em suas palavras ao completar 70 anos: "Hoje estou fazendo setenta anos, o que é um monumento à misericórdia e bondade divina, apesar de, numa revista de minha vida, eu encontrar muitas coisas pelas quais devia ser humilhado no pó. Meus pecados ostensivos e concretos são inumeráveis, minha negligência no trabalho do Senhor foi grande, não promovi sua causa nem busquei sua glória e honra como deveria. Apesar de tudo isso fui poupado até agora e ainda sou mantido em sua obra, e tenho confiança de ser recebido na presença de Deus por meio dele. Eu queria ser mais consagrado ao seu serviço, mais santificado, praticando as virtudes cristãs e produzindo frutos de justiça, para louvor e honra do Salvador que deu sua vida em sacrifício pelo pecado". Apenas alguém que não busca a glória pessoal, mas honrar ao bom Deus em obediência pode dizer tais palavras; sabendo que tudo feito só foi possível graças à Ele, que nos amou primeiro.
Há dois apêndices no livro, um fazendo um paralelo da relevância de Carey para hoje (cap. XI), e outro, o livro escrito por Carey "Uma Averiguação...", o qual é fundamental para se entender os seus pensamentos sobre missões e evangelismo.
"Hoje estou fazendo setena anos, o que é um monumento à misericórdia e bondade divina, apesar de, numa revista de minha vida, eu encontrar muitas coisas pelas quais devia ser humilhado no pó. Meus pecados ostensivos e concretos são inumeráveis, minha negligência no trabalho do Senhor foi grande, não promovi sua causa nem busquei sua glória e honra como deveria. Apesar de tudo isso fui poupado até agora e ainda sou mantido em sua obra, queria ser mais consagrado ao seu serviço, mais santificado, praticando as virtudes cristãs e produzindo frutos de justiça, para louvor e honra do Salvador que deu sua vida em sacrifício pelo pecado". Carta escrita por William Carey a Jabez Carey, em Serampore, índia, 17.08.1831.
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Sabia pouco sobre o pr. William Carey: era inglês, tornou-se missionário na Índia, e após seis anos de pregação, houve a primeira conversão através do seu ministério. Sabia também, que ele foi o primeiro missionário moderno. Portanto, o interesse em ler a sua biografia.
Estou um pouco além da pag. 100, e Carey ainda está em solo britânico.
Timothy George descreve as lutas e oposições que Carey e seu grupo(formado por Andrew Fuller, Robert Hall, John Ryland Jr. e John Sutcliff) tiveram para implementar o trabalho missionário, cumprindo a Grande Comissão da qual Cristo nos responsabilizou.
O livro relata o amadurecimento espiritual de Carey; e as vias doutrinárias da época (o início do hiper-calvinismo, por exemplo), os avivamentos na Europa e América, e um apanhado geral dos trabalhos missionários de Jonathan Edwards, John Elliot e David Brainer.
A escrita é agradável, e, muitas vezes, torna a leitura compulsiva.
Na segunda parte do livro, vemos Carey e Thomas na Índia, ilegalmente, e experimentamos um pouco do sofrimento, aflição e angústia pelos quais passam. Carey perde o seu filho Peter de 5 anos, vítima de uma febre, e vê o nascimento de outro filho, Jonathan, enquanto a sua esposa enlouquece, e irmãos e amigos morrem pelo caminho. Tendo de sobreviver sem ainda dominar o idioma bengalês, abandonado por todos, com o desejo de pregar o Evangelho de Cristo aos pagãos, ainda sofre com a injustiça da sociedade ingleza que crê vê-lo afastar-se do seu real compromisso com as missões (quando, na verdade, essa sociedade foi quem "esqueceu-se" de Carey, Thomas e seus familiares).
É evidente o amor que Willian tem para com a obra do Senhor, e o seu único objetivo é a glória de Deus e a conversão de almas. Fica evidente também, a providência de Deus em favor dos Seus filhos, sustentando-os tanto espiritual como materialmente.
Timothy George não poderia ter escolhido título mais apropriado para o livro: Fiel Testemunha.
A terceira parte do livro aborda a implementação de grupos missionários na Índia, sob a supervisão de Carey, e a sua entrada na vida acadêmica como professor de bengali, sânscrito e outros dialetos hindus; a tradução da Bíblia para esses dialetos; a morte das duas primeiras esposas e do seu filho Félix; o rompimento com a Sociedade Missionária de Londres, e o surgimento de grupos "liberais" mais jovens (alguns dos quais heréticos) entre os batistas que se opunham aos métodos de Carey.
Ele foi professor, pastor, missionário, tradutor, editor, mas o seu objetivo principal era a proclamação do Evangelho de Cristo, sem se esquecer das causas sociais como a luta contra o infantícidio e o ritual de sati (onde as viúvas eram queimadas vivas juntamente com os corpos dos seus maridos mortos), o que acabou sendo proíbido depois de muitos anos de luta (nas quais foi apoiado por Wilberforce). Mas em tudo havia o desejo de glorificar a Deus e de obedecê-lO naquilo que era a Sua vontade, como fica claro em suas palavras ao completar 70 anos: "Hoje estou fazendo setenta anos, o que é um monumento à misericórdia e bondade divina, apesar de, numa revista de minha vida, eu encontrar muitas coisas pelas quais devia ser humilhado no pó. Meus pecados ostensivos e concretos são inumeráveis, minha negligência no trabalho do Senhor foi grande, não promovi sua causa nem busquei sua glória e honra como deveria. Apesar de tudo isso fui poupado até agora e ainda sou mantido em sua obra, e tenho confiança de ser recebido na presença de Deus por meio dele. Eu queria ser mais consagrado ao seu serviço, mais santificado, praticando as virtudes cristãs e produzindo frutos de justiça, para louvor e honra do Salvador que deu sua vida em sacrifício pelo pecado".
Apenas alguém que não busca a glória pessoal, mas honrar ao bom Deus em obediência pode dizer tais palavras; sabendo que tudo feito só foi possível graças à Ele, que nos amou primeiro.
Há dois apêndices no livro, um fazendo um paralelo da relevância de Carey para hoje (cap. XI), e outro, o livro escrito por Carey "Uma Averiguação...", o qual é fundamental para se entender os seus pensamentos sobre missões e evangelismo.
"Hoje estou fazendo setena anos, o que é um monumento à misericórdia e bondade divina, apesar de, numa revista de minha vida, eu encontrar muitas coisas pelas quais devia ser humilhado no pó. Meus pecados ostensivos e concretos são inumeráveis, minha negligência no trabalho do Senhor foi grande, não promovi sua causa nem busquei sua glória e honra como deveria. Apesar de tudo isso fui poupado até agora e ainda sou mantido em sua obra, queria ser mais consagrado ao seu serviço, mais santificado, praticando as virtudes cristãs e produzindo frutos de justiça, para louvor e honra do Salvador que deu sua vida em sacrifício pelo pecado". Carta escrita por William Carey a Jabez Carey, em Serampore, índia, 17.08.1831.
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