Cormac McCarth
Editora Alfaguara
256 páginas
"Escritor elogiado pela crítica, com os prêmios Faulkner Award, National Book Award e National Book Critics Circle Award no currículo, Cormac McCarthy apresenta em Onde os Velhos Não Têm Vez um "faroeste sem compaixão", que lembra os filmes de Quentin Tarantino, como bem comparou o jornal The New York Times. O livro mistura ação, suspense e violência numa prosa ágil e enxuta. Ambientado nos anos 80, na fronteira do Texas com o México, a trama tem três personagens centrais: Llwelyn Moss, um caçador que acidentalmente encontra um carro com corpos crivados de bala, um carregamento de heroína e mais de dois milhões de dólares abandonados no meio do deserto; o xerife Bell, encarregado de investigar o caso; e o psicopata Anton Chigurh, contratado por um cartel para reaver o dinheiro. Quando decide pegar o dinheiro e fugir, Moss passa de caçador a caça. A narrativa se transforma, então, em uma eletrizante história de suspense e perseguição, em que cada personagem parece determinado a encontrar a resposta à pergunta que um deles faz: como se decide o que sacrificar na vida? Cormac McCarthy conta a história em duas vozes narrativas distintas"
Um comentário:
Há alguns anos que vinha acalentando a idéia de comprar um livro do Cormac McCarthy; desde antes da minha conversão. Por vários fatores [a maioria, outras prioridades] não o fiz antes, somente agora, numa promoção da Livraria Leitura, ao preço de R$ 9,00, uma pechincha.
O livro tem um bom acabamento, páginas amarelecidas, um ou outro erro de digitação.
Em relação ao texto... bem, Cormac poderia ser rotulado como a mistura dos antigos escritores beatnic, ao estilo Kerouac, em alguns momentos, um pouco dos romancistas "Noir" tipo Chandler e Hamett, e uma porção maior dos escritores de romances policiais e de bang-bang de bancas de revistas [aqueles pockets baratinhos, ruins em quase tudo].
A história é familiar, e o estilo também. Mas algo que sobressai no livro é a capacidade de se prender o leitor, ainda que ele use de algumas frases de efeito e alguns "maneirismos" intelectualóides que depõem contra o todo do livro.
Ao querer se parecer espirituoso ou filosófico [em frases curtas ou impressões rápidas], ele se mostra débil, e não consegue ser uma coisa nem outra. As vezes presunçoso apenas.
O melhor de Cormac é o ser contador de histórias. Entre tiros, barulho e muito sangue, ele se dá bem, e consegue fazer o leitor esquecer sua pretensão de "pulitzer". Seu texto é enxuto, direto, ainda que se aventure a enrolar vez ou outra o leitor com descrições e diálogos desnecessários e que nada acrescentam na narrativa. Mas é raro, ainda bem.
Pela fama que detém [alcançou elogios rasgados de Sam Shepard e Harold Bloom], esperava mais. Muito mais. Mas não posso deixar de reconhecer suas virtudes em meio ao marasmo editorial deste século. Ao menos, não se perde muito tempo; dá para ler o livro inteiro [250 pg] em duas ou três sentadas, e depois, nem se lembrar da história.
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