John Knox [***]




Waldyr Carvalho Luz
Editora Cultura Cristã
224 páginas

"John Knox é desconhecido em nosso meio, mas merece melhor sorte. Não foi um pensador de destaque, uma inteligência brilhante. Pregador corajoso, veemente de espírito e rude de linguagem, ele não media palavras, empolgado pela causa da Reforma, a que devotara a vida e por que estava pronto a morrer. Sua arma era a palavra, em sermões arrasadores, a brotarem de uma vontade férrea, que jamais se abatia, ainda quando tudo parecia perdido. Empenhou-se em conquistar sua pátria para a fé reformada e viu seus esforços coroados de êxito: a Escócia abraçara o Protestantismo, livre dos erros romanistas. Você encontrará neste livro inspiração e desafio para uma vida de fidelidade ao senhor e luta pela causa sagrada".

2 comentários:

Jorge Fernandes Isah disse...

O Dr. Waldyr Carvalho Luz, entre outras obras, traduziu as Institutas de Calvino, do latim. Tem também publicado livros de gramáticas do grego e o Manual interlinear do N.T., o que o credencia como um autor erudito.

No início, temos uma apresentação rápida dos motivos que o levaram a escrever o livro, e suas fontes primárias.

Ele faz um rápido apanhado também do momento histórico em que John Know nasceu; trazendo detalhes da Reforma Protestante que insurgia-se na Europa continental contra o poder papal, e que ainda era incipiente na Grã-Bretanha, especificamente na Escócia, país natal de Knox.

O panorama geral é tratado de forma a dar uma idéia do contexto em que o personagem vivia, um período em que as idéias e os movimentos eclodiam: Renascença, Iluminismo, Reforma, etc. Há citações de John Huss, wycliffe e alguns mártires da Reforma em território britânico.

O estilo do Dr. Waldyr poderá não agradar alguns. Por seu eruditismo, ele usa palavras e um fraseamento mais, digamos, sofisticado e que poderá soar hermético, sem contudo sê-lo. Com isso, não quero dizer que o livro seja maçante ou entendiante. Pelo contrário, a leitura é apaixonada para os que gostam de livros escritos com esmero e rigor.

Jorge Fernandes Isah disse...

No livro, Dr. Waldyr nos descreve os tempos tumultuosos e perigosos do período da reforma na Europa, e, no meio deles estava John Knox. Entre perseguições, ameaças, prisões [Knox chegou a ser escravo de uma galés francesa por dois anos], havia o amor à proclamação do Evangelho da graça, da suficiência apenas em Cristo encarnado, crucificado, morto e ressuscitado, pelo qual haveria salvação ao que crê.

Homens fiéis a Deus e sua palavra sofreram a morte na fogueira, mas mais do que isso, a injustiça dos homens.

Interessante que, num momento em que a igreja quer se despir de sua participação política, acreditando ser possível iluminar apenas as paredes do templo, os cristãos do séc. XVI estavam empenhados na reforma eclesiástica, mas também na reforma da sociedade. O que me leva a crer que Deus usará os meios humanos necessários para levar a sua obra; e, por que excluir desses meios o campo político? Por que podemos ser sal e luz nas escolas, universidades, no trabalho, nos lares, em atividades profissionais as mais variadas, ocupando cargos de direção em grandes empresas, em grandes fundações, e mesmo no segundo e terceiro escalão governamental, mas não podemos ser luz e sal entre a política? E aqui, incluo a política partidária?

Se é para agirmos moral e éticamente bíblicos em todos os campos de atuação, o que nos permite excluir a política como um campo reservado apenas para a imoralidade e antiética?

Realmente, não entendo esse posicionamento de muitos irmãos, que o consideram bíblico, mas não vejo onde há proibição ao crente para não ser governador, vereador e até mesmo presidente do país. Se é para influenciarmos o mundo, não podemos escolher arbitrariamente onde devemos influenciar, mas a própria palavra mundo inclui e emgloba todas as esferas humanas. Foi o que Knox e tantos outros irmãos realizaram em prol do Evangelho do Reino, em amor a milhões de pessoas que estavam acorrentadas à ignorância da ICAR [e muito se deve ao seu aspecto político controlador], e que necessitavam conhecer a mensagem libertadora e redentora da Palavra.

Foi preciso que esses irmãos lutassem, muitos até o sangue, como está escrito em Hebreus, para que a verdade fosse proclamada e permanecessem livres para proclamá-la.

Foram tempos difíceis, de muitas privações, em meio à onde de peste negra que assolava a Europa, muito sofrimento, muita resignações para, alegremente cumprirem a missão que o Senhor lhes havia entregue.

Portanto, aconselho sobremaneira a leitura deste livro, que poderá revelar um pouco de história, um pouco da vida desses homens, mas também o dever que temos para com Deus de sermos completa luz em todos os lugares e ambientes. Sem sermos cínicos a ponto de querer ver o "circo pegar fogo" para que seja destruído mais rápido. Não nos cabe torcer para que as profecias aconteçam o antes do previsto, nos esforçar na omissão para que ela se abrevie, mas, pelo contrário, lutar para que o mundo seja restaurado, o Evangelho de Cristo proclamado, e a sociedade [até mesmo os ímpios] se beneficie da ordem e paz que somente Cristo pode dar.

Após a leitura, classificarei os livros assim:
Péssimo [0] Ruim [*] Regular [**] Bom [***] Muito Bom [****] Excelente [*****]