Phillip E. Johnson
Editora Ultimato
216 páginas
"A ciência é a autoridade suprema na sociedade. Se há uma disputa, a ciência é o juiz. Se uma lei está para ser aprovada, a ciência tem de comprová-la. Quando a ciência é ignorada, brados de protesto ecoam na mídia, nas universidades e nas esquinas. A autoridade atribuída à ciência é tão grande que muitos são tentados a usá-la para validar afirmações que vão além das evidências disponíveis.
Phillip Johnson quer trazer de volta ao debate público questões que muitas vezes têm sido consideradas resolvidas. Ao analisar os fundamentos do naturalismo, o autor ressalta os últimos debates sobre ciência e evolução. No final, ele conclui profeticamente que as muralhas do naturalismo ruirão e que o evangelho deve desempenhar um papel vital na construção de um novo tipo de pensamento — não apenas em relação à ciência e à religião, mas no que diz respeito a tudo que oferece esperança e sentido à vida".
5 comentários:
Phillip Johnson, entre outros livros, escreveu Darwin no banco dos réus e Como combater o evolucionismo, ambos publicados pela Cultura Cristã.
Neste livro, ao menos até onde li [pg. 82], o autor se dispõe a derrubar a idéia de que o DNA é uma máquina sagaz e perfeita que contém em si mesmo toda a capacidade de não somente transmitir, mas de aprimorar e desenvolver a informação.
Ciência não é uma área em que sou afeito [não entendo quase nada de nada, mas em ciência entendo menos ainda], portanto, tento reconhecer o argumento do ponto de vista lógico, e a lógica evolucionista não me parece convincente. É claro que se dirá que a minha lógica está cativa à palavra de Deus, no que reconheço como, talvez, o meu único mérito.
Johnson usa de exemplos [muitas dados pelos próprios evolucionistas] para demolir a idéia de que o DNA pode criar ou recriar a informação. Se entendi bem, isso dependeria de uma "inteligência" capaz de reprogramá-lo, e não apenas e tão somente por uma autoprogramação.
Outra colocação interessante e verdadeira é a tirania darwinista [naturalismo filosófico] que impera no meio científico ao ponto de não se permitir nenhum debate ou discussão em torno da falácia de muitos argumentos evolucionistas. Como se a discussão, por si mesmo, fosse uma ameaça ao desenvolvimento da ciência, o que é um sofisma, visto a ciência viver e se desenvolver exatamente por conta dos debates sobre os vários objetos de estudo.
Dizer que debater sobre os princípios evolucionistas ou colocar outros princípios no mesmo nível de discussão é retrocesso parece-se mais com uma ditadura naturalista, uma imposição ideológica tão inquestionável que não há como não afirmá-la verdadeira. Ou será que em sua fragilidade eles temem ver "os buracos" expostos e aumentados?
Se alguém duvida do naturalismo ou o põe em xeque e discussão, já é considerado obscuro e posto à margem da classe científica.
Discutir o darwinismo somente é possível no âmbito de se ter o pressuposto de que ele é verdade infalível, e assim, não haver discussão... engraçada essa forma de encarar a ciência. Não parece uma nova inquisição?
Ao que se vê e se lê o tempo todo na mídia é a certeza com relação ao naturalismo evolucionista. Não há questionamentos, nem um debate franco, em que a discussão de pontos duvidosos e nebulosos sobre o darwinismo parecem não existir.
Cientistas como Michael Behe e William Dembski, conceituados e respeitados em suas áreas, sequer são citados, e quando são, é-lhes colocada a pecha de péssimos cientistas ou de cientistas confusos em sua religiosidade.
Qualquer um que questionar os princípios evolucionistas é fanático, medieval ou irracional. O problema para eles é que, cada vez mais, cientistas, estudiosos e acadêmicos têm perdido o medo de se levantar não contra o evolucionismo propriamente dito, mas contra a mera possibilidade de se discuti-lo sem ser preciso, antes, afirmar sua condição de verdade inquestionável.
Como teoria, muitos dos seus pressupostos e métodos avaliativos estão contaminados pelo materialismo filosófico, de tal forma que todo o conjunto aparenta ser factível quando não é.
Há uma tirania acadêmica entranhada de tal forma na mente de educadores e burocratas da ciência que não vêem em suas vidas outro fundamento a não ser defender o darwinismo até a morte... como o capitão que é o último a abandonar o barco, e que normalmente afunda com ele.
Por isso outros sistemas como o criacionismo e o D.I. são expurgados do debate científico com o argumento frágil de que são "religião". Mas, o que dizer de uma fé que vai além da razão e da lógica e até mesmo da prioridade científica ao evitar-se buscar a verdade, em prol de uma meia-verdade?
Infelizmente leva-los-á a descobrir, se se dispuserem a isso, que o que tanto defendem nada tem a ver com a ciência, pelo contrário é a anticiência.
Um ponto à parte desse tema é o do teísmo-cristão. Não consigo compreender nem entender essa união perigosa, pois, o crente, para abarcar em sua cosmovisão o evolucionismo terá de abrir mão de boa parte da Escritura. Por isso há uma crescente alegorização de Gênesis cap. 1 a 11, de tal forma que eles têm um cunho moral e não histórico.
Mas toda a cosmovisão cai por terra, a revelação cai por terra, Cristo cai por terra, sua obra na cruz também, ou seja, o cerne do Cristianismo e da Bíblia são colocados para escanteio, e toda a sua unidade e coesão perdem o sentido. Se a morte já existia antes do homem vir a existência [como o evolucionismo proclama], o pecado então surgiu antes dela, não sendo portando o seu causador. E se o pecado não tem consequências diretas na vida humana, em seu sentido corpóreo, Queda e Redenção são contos-da-carochinha, coisas para inglês ver.
Logo, o que o cristão-evolucionista proclama? Uma redenção apenas espiritual? Mas, e o que dizer da redenção física que também é prometida por toda Escritura? E por que Cristo teria de morrer? E ressuscitar? Para vencer a morte? Mas qual morte?
Ao meu ver, os cristãos-evolucionistas estão em uma sinuca-de-bico, numa situação em que ou defenderão um ponto racionalmente e rejeitarão o outro, ou ficarão sem nada ao defenderem ambos. E ao defenderem, me parece, já estão com as mãos vazias, e amarradas.
Alguns trechos do livro:
"Os darwinistas têm a tendência de se ressentir quando criacionistas citam autoridades reconhecidas da evolução como acabo de fazer, como se de alguma forma fosse desonesto citar dedicados crentes na 'evolução' (por mais vaga que seja a definição) para uma posição contrária" [pg. 82]
"Essa reação contribui para explicar por que existem tão poucas pessoas com uma carreira de destaque nas ciências que estejam dispostas a desafiar o darwinismo. É admissível disputar questões de detalhes, mas um cientista que desafie o consenso filosófico que sustenta a teoria se arrisca a ser desfavoravelmente mencionado por seus colegas, podendo levá-lo a uma derrocada financeira e consequente desemprego" [pg 88]
"Se eles resolverem continuar com uma campanha de propaganda tendenciosa [exclusivista do darwinismo], terão de fazê-la com graduados semicultos que nunca aprenderam os argumentos mais incisivos para o caso que provavelmente eles refutarão... A ciência nada lucrará, ainda que os educadores consigam convencer o público a se submeter na marra com tais armas. Não se defende a ciência declarando que questões importantes não possam ser discutidas; ridicularizando os que discordam; mantendo as pessoas 'livres' de ouvir a evidência pró e contra as teorias prevalecentes. A espécie de ciência que merece ser defendida não tem medo de enfrentar as críticas com seus próprios métodos: argumentos razoáveis, definições precisas, experiências que podem ser repetidas, e mente aberta sobre todas as questões que não podem ser resolvidas por testes científicos sem preconceitos. É possível defender teorias ou instituições individuais por métodos diferentes dos autênticos métodos científicos, mas, se tomarmos esse caminho, acabaremos descobrindo que aquilo que estamos defendendo não é ciência" [pg 93-94]
Ao final do livro pode-se constatar que ele é uma ótima introdução ao debate ciência e fé, de tal forma que a "separação" pretendida pelos materialistas está muito distante de acontecer, exatamente por que os seus pressupostos estão fincados na premissa de que se deve crer cegamente na idéia de uma autocriação natural.
Qualquer crítica ou menção de que o darwinismo não se sustenta em suas bases "científicas" já torna o proponente em um ser medieval, obtuso, dogmático e retrógrado.
A "ciência" darwinista não permite o diálogo, nem a discussão de idéias, mas cercada do seu poder político [estatal e acadêmico], por sua militância fundamentalista [não é somente Dawkins e cia que são fundamentalistas], e pela intransigência, ela impera quase que isoladamente como explicação para a realidade, sem a menor chance de explicar os mínimos problemas que essa mesma realidade provoca.
No fundo, o que querem é tornar o homem num ser formado apenas por um acúmulo de células, guiado pela força quase sobrenatural dos genes. Segundo eles, tudo o que se processa na mente humana e, por conseguinte, no meio social e cultural, é o mero reflexo do poder criador do gene.
O que se tem é o totalitarismo acadêmico travestido de ciência, a partir de uma filosofia que não quer desafios, mas simplesmente se sustentar à revelia da objetividade que diz defender. O que se tem é um temor de que o debate e o estudo levem à consequente oposição de seus princípios quando conhecidos em seus detalhes.
Questões como o surgimento da informação e a complexidade irredutível [aspectos que são silenciados no meio acadêmico e estendidos à mídia, às escolas, etc] revelariam a incongruência e impossibilidade do darwinismo de se sustentar eficientemente em seu "trono".
Para isso, todo pensamento minimamente contrário tem de ser ridicularizado ou lançado no campo "religioso" ou de "crenças" e assim se põe fim ao ataque; mais ou menos como a história do avestruz que, diante do perigo, enfia a cabeça no primeiro buraco que encontra.
Johnson tem argumentos e o raciocínio de quem está nessa guerra contra a falácia materialista há décadas. E, de uma forma interessante, parece-me que hoje se está ouvindo mais os vários argumentos dos opositores ao darwinismo do que anos atrás.
O que torna necessário, cada vez mais, a ferrenha defensiva dos darwinistas a fim de impedir a discussão e o colocar em "xeque" do materialismo como algo infalível, indiscutível, como verdade absoluta. As evidências provam o contrário, mas é como se a maioria preferisse não ver ou não quisesse ver; cercando-se de argumentos tão disparatados que colocam a natureza no lugar onde o homem tentou ficar um dia, e cujo homem tentou usurpar de Deus.
Pois me parece ser necessário abrir mão de muitas coisas, entre elas a razão, a lógica e o bom-senso para se crer que, no fundo, não somos tão diferentes de uma pedra, por exemplo; apenas tenho de reconhecer que a pedra não deu certo, e de que eu dei. Mas dentro de uma perspectiva de criação fortuita, aleatória, que garantias eu tenho de que eu sou quem deu certo, de verdade?
Sem um propósito, sem uma intenção definida, até mesmo a pedra pode ser muito melhor do que Darwin e, vai ver, ela está com toda a razão.
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