O Hobbit [***]




J. R. R. Tolkien
Editora Martins Fontes
328 páginas


"Prelúdio de O Senhor dos AnéisO Hobbit conquistou sucesso imediato quando foi publicado em 1937. Vendeu milhões de cópias em todo o mundo e estabeleceu-se como um clássico moderno e um dos livros mais influentes de nossa geração"

8 comentários:

Jorge Fernandes Isah disse...

Venho protelando a leitura dos livros que compõem a série "O Senhor dos Anéis", de Tolkien, já algum tempo [ainda que O Hobbit não seja propriamente um livro da série, mas seu antecessor].

Os motivos são vários, motivados por outros interesses literários, como teologia e filosofia, ainda que vez ou outra eu leia e poste sobre alguns livros de ficção.

Fato é que, assim como "As crônicas de Nárnia", os livros de Tolkien estavam acumulando poeira na minha estante [é apenas uma alusão, pois cubro todos os meus livros com plástico, e limpo os plásticos regularmente].

Lendo uma postagem do amigo Roberto Vargas Jr., a qual indico e pode ser lida no link http://robertovargas-make.blogspot.com/2011/06/tristeza-e-esperanca-deserto-e-sarca.html
decidi-me finalmente: comecei a ler o livro que antecedeu a série mais famosa, e originou os filmes de Peter Jackson.

E o que dizer? Simplesmente, estou fascinado, maravilhado com o estilo, a narrativa e, sobretudo, o humor incomum [especialmente para os dias de hoje, tão cáusticos e torpes] de Tolkien. Em uma sentada, li mais de 60 páginas, e a vontade é de não parar, se pudesse apenas ficar a ler.

Tolkien criou um mundo misterioso e instigante, repleto de elementos mágicos, mas também incrivelmente reais, especialmente na composição dos personagens.

Então, ainda que continue com outras leituras e estudos, vou gastar algum tempo na leitura dos demais volumes, inclusive, "O Silmarillion", e também ler "As Crônicas...", de Lewis.

Não vou me esticar mais sobre o assunto, pois ainda há 200 páginas a serem lidas... e lerei.

Jorge Fernandes Isah disse...

Três dias depois de começada a leitura, terminei "O Hobbit".

Tolkien escreve com originalidade, num fluxo narrativo cheio de aventuras e reviravoltas; numa linguagem simples, mas envolvente.

No final, temos os personagens envolvidos nos mesmos dilemas que o homem comum: entre o bem e o mal; entre o certo e o errado; como seres morais que somos, criados por Deus.

Há distinção entre aqueles que são os seres das "trevas" como os orgs ou os warms, em contraste à bondade dos elfos e a sabedoria de Gandalf. Entre eles, Beorn, anões e o hobbit a viver numa constante tensão entre deixarem-se seduzir pelo que são e suas buscas em satisfazerem-se exatamente em suas cobiças, ou tornarem-se melhores nas suas relações com o próximo [e suas necessidades]. A saga dos anões e do hobbit deixa muito claro que não há apenas ganância e desejo por aventura, mas uma ligação muito forte entre companheiros que estão dispostos ao auxílio mútuo e a desenvolverem uma missão comum [diria, comunitária].

Parece que Tolkien se interessava particularmente por essas relações amigáveis, e elas ficam nítidas no desenrolar da história.

A riqueza de detalhes e descrições do autor quanto ao mundo que permeia a narrativa e seus personagens é algo minucioso e fascinante, que nos faz quase "ver", literalmente, a história.

É literatura juvenil? Sim. Mas de um primor criativo e estilístico que não se vê, hoje em dia, nem mesmo na literatura considerada adulta e séria.

Algo que me chamou muito a atenção é o ritmo de tirar o fôlego, frenético [ainda que seja cadenciado em alguns trechos], levando o leitor a se adaptar a um tipo de leitura mais fluente, dinâmica, para não perder ou se distanciar do encantamento da obra. Mesmo nas descrições mais longas de paisagens e algumas situações, Tolkien prende-nos a atenção, e não nos deixa desviar de uma linha sequer.

Não vou contar a história, claro! Quem quiser, que compre o livro e se delicie com o enredo imaginativo do autor. No que, certamente, fará muito bem, e se aproveitará da fértil imaginação do escritor inglês. Imaginação inclusive linguística, como a criação de termos e palavras que não existiam; o que me remete a uma originalidade copiada posteriormente por outros escritores [será que Guimarães Rosa hiperbolzou o que Tolkien insinuou em O Hobbit?].

Então, não perca tempo; compre o livro e leia. Garanto que não se decepcionará; ao menos aqueles que gostam de boa e viva literatura.

Que venha a trilogia "O Senhor dos Anéis".

Jorge Fernandes Isah disse...

Um detalhe que me chamou a atenção: simpazei-me muito com Bilbo, o bolseiro, pois ele tem muitas das minhas características.

Ainda que tenha sido "jogado" em uma missão de caça ao tesouro por Gandalf, durante a jornada até a montanha onde o dragão guardava o tesouro roubado de homens e anões, ele sempre se lembrava da sua casa, e de como desejava estar de volta a ela. Esse é, principalmente, um dos motivos pelos quais não gosto de viagens, ao contrário de todo o mundo ao meu redor sempre a quer viajar. Parece que vivem, ou suportam, 11 meses do ano, para se fartar em outras paragens durante 30 dias, sem, muitas vezes, se dar ao prazer de "curtir" o lugar onde passam a maior parte da vida.

Interessante que, ao final, ele quase se decepciona ao abandonar o "lar" dos elfos da floresta, muito mais pela amizade e admiração que tinha pelo caráter deles, do que propriamente pelo lugar onde eles moravam.

Há momentos, raros, é verdade, que voltar para casa não parece uma escolha, mas um dever. Mas no primeiro quilômetro rodado ou na primeira milha voada, tenho a certeza de que voltar é tudo o que posso fazer para não me afastar mais de onde não devia jamais sair.

Bilbo, o hobbit, é tão humano quanto eu posso ser.

Unknown disse...

Já li O Hobbit, O Senhor dos Aneis e As Crônicas de Nárnia e gostei muito de todos eles, com preferência para As Crônicas de Nárnia. Gosto muito desse estilo de livro, então sou meio suspeita para falar sobre esses livros.

Alison Mandeli disse...

Puxa... deu B para Agostinho e MB para esse cara...

Bem, ok...

Alison

Alison Mandeli disse...

Puxa, deu B para Agostinho e MB para esse cara!?

Mas tudo bem... Enfim

Queria um favor, por gentileza, vc tem a referência do "Introdução á teologia sistemática" do Cheung? Estou citando em um trabalho mas estou usando aquela tradução do site monergismo. Obrigado

Jorge Fernandes Isah disse...

Alison,

se for o "Confissões" foi MB, o "Livre-Arbítrio", foi razoável, e o "Hobbit" foi bom. São livros diferentes e com temas diferentes lidos em momentos diferentes. Talvez, e isso é bem possível, eu possa ter sido injusto em um ou mais casos, mas paciência, fazer o quê!

Quanto à Introdução à T.S. do Cheung, vai o link:
http://www.monergismo.com/textos/livros/teologia_sistematica_completa_cheung.pdf

Abraços.

Cristo o abençoe!

Alison Mandeli disse...

Duplicou o comentario, desculpe.

Obrigado pela resposta

Após a leitura, classificarei os livros assim:
Péssimo [0] Ruim [*] Regular [**] Bom [***] Muito Bom [****] Excelente [*****]