Confissões de um Ministro de Louvor (***)



Dan Lucarini
Editora Fiel
144 Páginas

"A música na igreja evangélica tem sido constantemente um dos assuntos mais controversos dos últimos 50 anos. Dan Lucarini, com sua experiência de envolvimento profundo na música moderna (secular ou não) e honestidade em compartilhar sua própria jornada espiritual e musical, nos oferece, neste livro, uma avaliação do que julga ser um dos principais problemas da igreja contemporânea".

14 comentários:

Jorge Fernandes Isah disse...

Lucarini relata o seu envolvimento com a música cristã contemporânea, que nada mais é do que a música mundana e secular adentrando a igreja, enganando os tolos e ingênuos com a promessa de santificar o profano, quando a própria mente do "santificador", seja compositor, cantor ou ministro de louvor não foi santificada.
Músico e estudioso da música, convertido aos 23 anos, Dan se tornou o responsável pelo louvor nas igrejas por onde passou. Ele buscava a excelência no louvor, uma espécie de obsessão pelo resultado, que o levava mais à satisfação pessoal, a atender ao apelo da carne, do que ao louvor verdadeiro a Deus. A glória deixou de ser de Deus para ser sua. E nada melhor do que "importar" do mundo o estilo e a técnica de compor e tocar no/para o mundo.
A idéia de que na igreja se deve tocar o que se ouve no rádio, é uma idéia ímpia, demoníaca. O púlpito não é lugar para show, e o que assim procede está em flagrante rebeldia a Deus. E a desobediência de uma igreja no louvor, a levará a desobedecê-lO em tudo o mais, e, principalmente, na pregação bíblica-expositiva que dará lugar ao discurso político, social e de auto-ajuda.
Foi o que Dan percebeu, após mais de treze anos envolvido com a música cristã mundana, e não é o que vemos a torto e a direito? Ritmos sensuais, eletrizantes, hipnóticos tornando os púlpitos em palcos e a assembléia dos santos em espectadores e fãs?
Como o profeta alertou: "O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento" (Os 4.6).
Até quando serão mantidos na ignorância, acreditando que agradam e servem a Deus na carne, ao invés de no espírito?

Jorge Fernandes Isah disse...

A afirmação de que o louvor pode ser qualquer coisa, de qualquer forma, e de que Deus nos aceita como somos, remete-nos à seguinte questão:
- O Senhor aceita o pecador inconvertido e sem arrependimento que mantém-se em rebeldia, rejeitando a Cristo como único Senhor e Salvador? Ou será necessário que, primeiro, esse pecador seja regenerado por Cristo e transformado pelo poder do Espírito Santo, para arrepender-se e receber o perdão divino, e então ser aceito?
Da mesma forma, qualquer coisa que se faça em nome da Igreja e na Igreja somente será reconhecida por Deus se obedecer aos preceitos definidos na Escritura, os principios observados pelo próprio Deus.
É possível uma adoração santa quando se apela para ritmos sensuais, com o único objetivo de entreter e saciar a carne? É possível que se execute igualmente danças muito parecidas com a dança-do-ventre nos altares, e crer que se esta agradando a Deus? O homem natural certamente não verá problemas, e responderá acertivamente. Contudo, o homem espiritual, aquele que tem a mente de Cristo, e foi regenerado, dirá não.
As igrejas começam sempre abrindo uma exceção em suas práticas as quais consideram sem importância. E, normalmente, começa-se pela liberalidade na música. Acontece que os bodes precisam de diversão constante, e estão ali para distrair e, num golpe final, destruir o rebanho (como objetivo, porém não alcansável, visto que as ovelhas de Cristo são salvas, e jamais destruídas pelo inimigo). E como isso se dá? Primeiro, corrompe-se a adoração e o louvor, para depois, progressivamente, implodirem a doutrina e a validade escriturística.
É esse o caminho que os ímpios seguem na igreja, enquanto irmãos sinceros mas enganados permitem-se cair na blasfêmia, n mundanismo, na rebelião e desprezo a Deus.
A igreja que acredita louvar a Deus na carne (repito, com ritmos sensuais, contagiantes, eletrizantes, e danças profanas) está assentada no lamaçal do pecado, e receberá a disciplina ou a ira de divina.
Porque a verdadeira adoração não é a "isca" para fisgar "espectadores" através da musicalidade profana, a verdadeira adoração é a submissão do crente a Deus, sujeitando-se à Sua vontade; e porque não, trabalhar para manter os bodes e ímpios fora da igreja ao invés de chamá-los para um acordo de paz, onde os bodes não cumprirão a parte assumida, mas dissimuladamnte buscarão dispersar as ovelhas, e se possível fosse, destruí-las.
Infelizmente, a maioria dos adoradores modernos enquadram-se na sentença de Paulo: "segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus" (Rm 2.5).

Jorge Fernandes Isah disse...

Dan aponta o Rock como imoral, mas, será que todos os que gostam de Rock são imorais?
O Rock aflora a carnalidade do ouvinte (sua batida sincopada é hipnótica e lasciva), a sexualidade, rebeldia, mas será que ele e seus sub-produtos são capazes de sublevar o espírito a ponto de tornar alguém em imoral? Ou será que o imoral procura o Rock apenas para revelar a sua imoralidade?
A valsa durante muito tempo foi considerada uma dança sensual, e hoje é pudica; então alguns dirão: isso não é uma questão cultural e de contextualização? A resposta positiva indicará a vala em que se encontra aquele que afirma-a.
Em todos os tempos houve homens e mulheres que se deleitaram imoralmente através da dança, mas a questão é: todos que houviram a mesma música foram tocados pela sua libidinosidade?
É possível que a música leve alguém ao pecado, ou o pecador se apropriará dela para pecar?
Não é o que muitos fazem ao distorcer e corromper princípios bíblicos afim de satisfazer seus anseios e interesses, ou seja, a sua carnalidade? E isso nos levará a afirmar que a leitura bíblica é pecaminosa? Claro que não. O pecado não está na música em si (é claro que muitos compositores utilizam-se dela para disseminar o pecado, seja através da mensagem, do conceito, ou estilo), e somente pecará aquele que tem em seu coração o intento de fazê-lo. Alguns (tenho de afirmar que será uma minoria) não se seduzirão pela imoralidade, mas poderão gostar da música (quando falo música, refiro-me a música de verdade, não aberrações e manifestações aviltantes, repugnantes como o Funk e o Rap, p.ex.), e perceber nela a capacidade e um dom que Deus primou o compositor (e a glória passa a ser de Deus).
Agora, este debate está restrito ao uso da música FORA da igreja. Na igreja, a conversa é diferente. Ali os padrões bíblicos de louvor devem ser seguir rigorosamente, ou então, é qualquer coisa menos louvor. Portanto, ainda que seja a música mais sublime, perfeita e bela, não há lugar para ela no culto se não for a expressão de agradecimento, de reconhecimento, de sumissão, de obediência, de reverência, de adoração e glorificação a Deus. Se a música não preencher esses requisitos e o de apresentar uma mensagem concordante com a doutrina escriturística, ela não tem lugar no culto. E, igualmente, aqueles que não adoram a Deus dentro desses parâmetros não são verdadeiros adoradores, mas autoadoradores.
Creio que ao se permitir e condescender com as práticas e técnicas humanísticas, arrastando-as à igreja, com o claro objetivo de "aquecer" o culto a fim de se arregimentar e atrair incrédulos, não para a pessoa de Cristo e seu Evangelho, não para a conversão e o arrependimento, mas para o convívio social e os dividendos que eles proporcionam; ao agirem assim, estamos diante de uma matilha de lobos, e aí das ovelhas que estiverem ao alcance deles (não que serão consumidas, mas terão grande aflição de espírito, se forem verdadeiras ovelhas de Cristo).
Infelizmente, as denominações têm se preocupado mais com as distrações, com o apelo aos sentimentos, com a satisfação carnal, com o deleite profano, do que em adorar e glorificar a Deus, seja na música, na pregação, no evangelismo, no discipulado, no viver santo. E nesse caso, os falsos adoradores estarão a serviço de si mesmos e do diabo.
Continua...

Jorge Fernandes Isah disse...

Continuando...

Mas para não dizer que não me posicionei quanto ao tipo e estilo de música a se usar no louvor nos cultos, em conformidade com Ef 5.19, digo: o louvor não pode ser individualista, nem exibicionista, nem performático (no sentido de virtuosismo, de proeza; o que nos leva de volta ao individualismo e exibicionismo), nem voltado aos espectadores, nem egoísta, nem contendor, nem divisionista, nem amparado em nada que não seja a Bíblia. Logo, o louvor tem de ser voltado exclusivamente para Deus, segundo a Sua palavra, a qual nos diz: "Falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração".
Ah, ia me esquecendo, a profusão de instrumentos musicais (e nem estou falando de guitarras, bateria e tambores) leva apenas à diluição da mensagem. E não podemos esquecer de que no culto o primordial é a proclamação do Evangelho de Cristo, nada mais pode suplantá-lo ou substitui-lo.
Portanto, sou contra bandas, orquestras e corais que apelam apenas ao sentimentalismo, distorcendo o propósito bíblico de glorificação a Deus.

Jorge Fernandes Isah disse...

A igreja não é lugar para que o gosto e os interesses pessoais sejam revelados e se sobreponham a Deus, o Evangelho, e à vida em comunhão com os irmãos. Como tal, o norteador das decisões no corpo local deve ater-se aos princípios bíblicos e a interpretação acurada do texto, sabendo que a Escritura não é de particular interpretação (para um indivíduo ou grupo. Ela vale para toda a Igreja de Cristo, em todos os tempos e lugares).
A música, como tudo na Igreja está relacionada à santidade, e sem ela, a igreja torna-se apenas uma extensão do mundo.

Jorge Fernandes Isah disse...

O livro é de fácil leitura (talvez os adoradores MCC não consigam digeri-lo convenientemente), e o autor é claro em apontar os erros e distorções do MCC (Música Cristã Contemporânea), e porque ela deve ser banida da igreja. Ao defender os hinos tradicionais e atacar o Rock e ritmos assemelhados, ele fez uma apologia à sua escolha pessoal. É claro que essa escolha se deu diante da avalanche de problemas provocados pelo MCC nas igrejas pelas quais passou (divisões, carnalidade, liberalismo, etc). Mas ainda assim, é uma opinião que não tem base bíblica. Há alguns argumentos, contudo, não se chega à conclusão de qual é a verdadeira forma de louvor no culto. E ela não pode basear-se apenas nos interesses, mesmo que da igreja, pois faltará o respaldo da Palavra.
Outros argumentos como o utilizado em expressões do tipo "contexto cultural controverso" não querem dizer nada à luz da Escritura, e não revela a vontade divina, mas tão somente o subjetivismo e humanismo nocivo ao próprio homem.
O livro abre o debate sobre a música de louvor na igreja, questiona a adoração nas igrejas emergentes (e muitas tradicionais e fundamentalista já se renderam a ela), contudo, não apresenta o padrão divino.
A questão está longe de ser revelada; mas a simplicidade ainda é um bom orientador. Que tal os cristãos louvarem a Deus cantando salmos à capela?
Na igreja cada vez mais mundana, quem se habilita?

Felipe disse...

Acho que li todos os seus comentários e entendi da seguinte forma: fora da igreja, do culto, pode-se usar até mesmo o rock; dentro da igreja, porém, deve-se utilizar ritmos e letras adequados ao louvor a Deus. É isso?

Jorge Fernandes Isah disse...

Oi, Felipe!

Olha, ao meu ver, é isso mesmo. Você concluiu certo. Fora da igreja posso ouvir uma ópera, uma sinfonia, um show de rock ou samba... não vejo problemas! É claro que devemos estar atentos aos princípios bíblicos, para não negá-los, e mantendo a mente e o corpo em constante vigilãncia para não ultrapassar os limites determinados pela fé cristã.

Na igreja, contudo, isso é inadimissível. Ali é terreno santo, para louvor a Deus, e o louvor é nada mais que se sujeitar a ele em adoração, portanto, danças, barulhos e coisas semelhantes não me parecem adequadas.

Obrigado pela visita e comentário.

Cristo o abençoe!

Abraços.

Unknown disse...

"...refiro-me a música de verdade, não aberrações e manifestações aviltantes, repugnantes como o Funk e o Rap, p.ex.)..."

tsc... tsss...

Anderson de Camargo disse...

Concordo com a idéia de lutar para que o altar não se torne um palco. Deus tem que ser o centro e isto tem que ser perceptível de longe. Creio que o ministério de louvor deve lutar para que ninguém se confunda colocando músicos em primeiro plano, mas que Deus esteja sempre MUITO CLARAMENTE em primeiro plano.

Ok. Até aí, blz?

Agora, o cara chega ao ponto de determinar qual RÍTIMO é "santo" e qual é "profano"??? Bem... daí eu já acho que ele é quem está querendo ser o centro das atenções no lugar do próprio DEUS.

Responda-me a questão abaixo:
Uma comunidade cristã nasce em um gueto, uma favela afastada ou algo do tipo, onde os poucos membros nunca ouviram músicas em rítimos q o tal camarada autor classifica como "santa", e um dos membros resolve escrever um corinho com versículos que acabara de aprender, mas nos rítimos que ele entende serem normais. Ele estará profanando o altar?

Isto não faz o menor sentido, pois, os rítimos q o autor classifica como "santos" são simplesmente os rítimos típicos dos lugares onde o cristianismo se desenvolveu.
Isto quer dizer que, se Paulo apóstolo tivesse pregado aos AFRICANOS ao invés de europeus e asiáticos, ou melhor, se o império forte na época da igreja primitiva fosse o império do ZIMBABUE ao invés do império de ROMA, certamente os hinos da HARPA, HINÁRIO E CANTOR CRISTÃO seriam hoje tocados em SAMBA! É isto mesmo, SAMBÃO DO BOM. Com muito tambor batucando em cima do altar.

Não estou certo?

Anônimo disse...

Moderador,

obrigado por seu comentário.

Penso que, dentro das minhas limitações quanto ao assunto, esgotei-o em meus comentários. Acredito que o critério para o louvor seja o temor e reverência a Deus, e a santidade do ato de louvar. No culto, não posso imaginar uma "farra", seja com o "sambão do bom", com o rock do bom ou a orquestra da boa. O hino ou cântico deve ser o mais simples possível, tanto na construção musical quanto em sua execução, de forma que aqueles irmãos que não são "virtuoses" possam cantá-los também. Afinal, o louvor é da igreja para Deus, e não de um grupinho se exibindo no púlpito [que invariavelmente se torna em palco] e a assembléia assistindo-os como a um show.

Em princípio, não restringiria ritmo algum, mas desde que executados por todos e com decência e temor. Logo, não comungo a sua ideia de que Paulo se entregaria ao "muito tambor batucando em cima do altar", porque isso feriria a sua exortação de um culto bíblico decente. Pode até ter o tambor, mas tocado como se fosse uma caixa de fósforos, de forma que o louvor fosse o mais simples e disponível a todos os irmãos, sem o perigo de se cair em uma exibição carnal e mundana.

É o que penso, em conformidade com aquilo que a Bíblia nos revela.

Abraços.

Cristo o abençoe!

silvia disse...

PARABENS PELO LIVRO, EU SEMPRE TIVE ESSA DUVIDA,DA VERDADEIRA ADORACAO,FUI CRIADA EM UMA IGREJA TRADICIONAL, HOJE SOU MEMBRO DE UMA IGREJA ONDE AS MUSICAS SAO MCC, MAS SEMPRE BUSQUEI EM DEUS, SE ISSO ERA ACEITAVEL OU NAO, UMA VEZ QUE A PLATEIA É ELE.

E ESSE LIVRO FOI UMA RESPOSTA QUE DEUS ME DEU, E ATE ME ADVERTIU QUANTO AS VESTES DAS MULHERES, QUE EM MIM, ERA ALGO QUE ESTAVA ERRANDO DIANTE DE DEUS E DOS HOMENS.

LOUVO A DEUS PELA VIDA DE VOCES, POIS NAO TEM MEDO DE FALAR A VERDADE!

AO UNICO DEUS QUE É DIGNO DE LOUVOR E ADORACAO SEJA TODA A GLORIA AMEM!

ABRACOS!

downloadfile disse...

Jorge, o fato de poder fazer uma coisa na igreja e outra coisa em casa, não caracteriza uma vida dupla? e isso é condenado biblicamente.

Consultora em Educação disse...


Ministro de música


1. Toda pessoa tem o sagrado direito de frequentar os cultos e atividades da igreja e de sentir-se muito feliz, sereno, confortado, em qualquer idade.

2. O ouvido tem alta sensibilidade e suporta confortavelmente, por uma, duas horas, no máximo, 50 decibéis. Passou disso, além do mal que faz à saúde, incomoda muito.

3. Todo instrumento pode ser usado no louvor, com inteligência, mesmo sabendo que há aqueles próprios para o culto.

4. Culto não é show.

5. Não existe hino ou música velhos.

6. É preciso selecionar hinos próprios para cada ocasião, com mensagem, poesia, melodia, harmonia, ritmo. Ritmos assincrônicos desorganizam a química cerebral. Derrubam pessoas e até muros. Josué 6:20 Juízes 7:18

7. Fundo musical durante o culto não pode interferir, desconcentrar, incomodar; use-o com muita inteligência. Ninguém suporta um teclado dedilhado pra lá e pra cá, aleatoriamente. Se for um hino próprio para a ocasião, baixinho, tudo bem, mas notas soltas...nem pensar.

8- A música tem o poder de mobilizar as estruturas mentais.


9- Culto animado não é sinônimo de barulho. Reverência, participação, adoração, comunhão, consagração, dedicação, apontam para o equilíbrio. O templo não é um lugar sombrio, triste, com silêncio sepulcral, é um espaço de alegria, louvor, transformação, decisões.


10- Se você faz parte da equipe de músicos, nunca fique se distraindo e brincando com os instrumentos no altar, após o culto.

“E Quenanias, príncipe dos levitas, tinha cargo de entoar o canto; ensinava-os a entoá-lo, porque era entendido nisso.” 1º livro de Crônicas 15.22.


Ivone Boechat

Após a leitura, classificarei os livros assim:
Péssimo [0] Ruim [*] Regular [**] Bom [***] Muito Bom [****] Excelente [*****]