Princípios de Interpretação Bíblica (***)


Louis Berkhof
Cultura Cristã
144 páginas


Este estudo sobre Hermenêutica inclui:
Um breve sumário da história dos princípios hermenêuticos. O passado pode nos ensinar muitas coisas, negativa e positivamente.
Uma descrição das características da Bíblia determinam, em parte, os princípios a ser aplicados na sua interpretação.

  • Uma indicação das qualidades do intérprete da Bíblia.
  • Uma discussão da interpretação da Bíblia.
A- Gramatical, incluíndo a interpretação lógica;
B- Histórica, incluindo também a interpretação psicológica;
C- Teológica.

Louis Berkhof faleceu em 1957, com 83 anos. ele era um professor americano extraordinário e autor de 22 livros. Depois de dois pastorados, ele começou sua longa carreira como professor em Calvin Seminary, Grand Rapids, em 1906. É autor de uma das mais conceituadas teologias sistemáticas, também publicada pela Editora Cultura Cristã.

23 comentários:

Jorge Fernandes Isah disse...

Não vou entrar em todos os pormenores do livro. Berkhof toca sinteticamente em cada ponto essencial à interpretação bíblica, desqualificando alguns conceitos e asseverando outros.
Contudo, há algo que realmente não entendo, e do qual não li, até agora, nenhuma explicação plausível para afirmá-lo.
Os exegetas e hermenêutas ortodoxos sempre afirmam que a Escritura é inerrante, divinamente inspirada e infalível. Contudo, esse conceito não é aceito em relação às cópias e às traduções.
Faço uma simples pergunta:
Se as cópias e traduções não são infalíveis, como saber se o original é?
Talvez, respondam-me: o texto bíblico afirma que a Escritura é infalível. Tudo bem, concordo. Mas se o que temos são cópias e traduções do original, o qual já não existe, é possível inferir então que, nem tudo que está escrito na Bíblia é correto certo? Já que elas (as cópias) não são infalíveis, inerrantes e divinamente inspiradas, como saber o que está certo ou errado?
Segundo ponto, diriam: O volume de cópias contendo um mesmo princípio e texto revela que ele é verdadeiro... Mas se as cópias não são infalíveis, não é possível ao erro ser copiado inúmeras vezes, e constar de inúmeras cópias, permanecendo como erro a despeito da quantidade de provas da sua existência?
Terceiro ponto, Deus, o qual garantiu a infalibilidade, inerrância e inspiração da Bíblia não seria poderoso o suficiente para "garantir" que as cópias também permenecessem tal como o original? Por qual motivo Ele não garantiria essas qualidades às cópías, visto que, são elas que chegariam ao Seu povo, no futuro, como a expressão da Sua revelação ao homem?
Berkhof é um dos que afirmam que apenas os originais são inerrantes, infalíveis e divinamente inspirados. Contudo, como é possível que ele saiba se não existe um só original na atualidade? Sendo que existem apenas cópias desses originais, as quais, para Berkhof, não detém as características dos originais?
Pelo que me consta, apenas o pr. Paulo Anglada, entre os reformados, afirma a garantia nas cópias das mesmas virtudes dos originais. E, faço coro com ele. Não é possível eu pegar a minha Bíblia e lê-la, acreditando ser a Palavra de Deus, sem que ela seja inspirada, inerrante e infalível revelação divina. Do contrário, seria um livro qualquer, e não a regra de fé e vida do cristão.
Portanto, para mim, permanece um enigma essa afirmação dos exegetas reformados (pelo menos, de boa parte deles), e os seus argumentos levam-nos a apenas uma constatação: a Bíblia que lemos pode não ser a Palavra de Deus. E isso, no mínimo, é absurdo, visto que eles mesmos são guiados e orientam outros a se guiarem pela Escritura.
Pode as cópias conterem algo que o texto original não contém? Não. A própria palavra de Deus garante que a Escritura é a expressão da revelação divina. E desde a igreja primitiva, sabe-se que, por exemplo, as cartas de Paulo eram copiadas e lidas em várias igrejas em continentes diferentes, e nem por isso, pairou qualquer dúvida quanto à sua legitimidade, e inspiração divina.
Para mim, é apenas mais uma contradição reformada, entre tantas que batistas, metodístas, pentecostais e outros evangélicos têm. E o que fica, ao fim, é a Escritura infalível, inerrante, poderosa e inspirada divinamente: a palavra do bom e gracioso Deus.

PS: Não é uma crítica exclusiva aos reformados, nem um tom de criticar os reformados. É que, o crente, seja reformado ou não, no intuito de, muitas vezes, garantia a veracidade de algum dogma ou conceito, se cerca de "garantias" humanísticas provenientes, em sua maioria, da ciência, em especial da metodologia, arqueologia e filosofia, que, ao invés de garantir, confunde aquilo que é claro e explícito na revelação escriturística.
Os reformados acertam na maioria dos seus princípios, mas não dá para concordar naquilo em que erram. É pouco, mas ainda assim, são erros.
E o que falar dos batistas (e sou um batista), dos pentecostais e neo-evangélicos?

Jorge Fernandes Isah disse...

Realmente o livro do Berkhof, ainda que resumidamente, traz ao leitor indicativos de como se fazer uma exegese correta do texto bíblico (e por conseguinte, de qualquer texto), e como não fazê-lo. Há exemplos temáticos, referências bíblicas, e amostragem de como se interpretar o texto, e até mesmo como corrompê-lo.
Ao final de cada tema abordado temos uma série de exercícios práticos, muitos deles não explicados nem exemplificados, o que fará o leitor, verazmente, meditar e raciocinar nos ensinamentos.
Apesar do tamanho relativamente pequeno para o tema, o livro cumpre bem sua função de uma introdução à exegese e hermenêutica, sendo, como não poderia deixar de ser um "Berkhof", muitos mais que uma introdução.

Jorge Fernandes Isah disse...

O Cap. VII, sobre Interpretação Teológica, é um pequeno manual e guia para o estudioso e o leitor comum da Escritura.
Há uma série de "dicas" para se evitar os erros interpretativos e, sobretudo, para se fazer uma correta hermenêutica.
Berkhof salienta a Bíblia como o único livro que contém a verdade absoluta e, por isso, sua informação é proeminente e superior às outras fontes. Em caso de contradição entre uma fonte e a Bíblia, deve-se ficar com esta, que é a inerrante e infalível palavra de Deus.
Assim, ele reafirma o AT e o NT como um todo, uma unidade, não podendo, em hipótese alguma, haver superioridade ou inferioridade entre eles, sob a pena de se estar desvalorizando e minimizando toda a revelação.
A interpretação jamais pode ser enfatizada na diversidade de conteúdos da Biblia, mas deve ser interpretada como um único livro. Não há separação entre os seus diversos livros, mas a palavra de Deus é uma produção orgânica, onde eles se relacionam uns com os outros. São o "registro da obra que Deus, na execução do seu plano divino, realizou em Cristo para a redençao de um povo que iria glorificá-lo eternamente" (pg 105).
Berkhof reafirmou a necessidade de uma interpretação teológica das Escrituras, a qual contém indicações de um sentido místico (espiritual), e não apenas histórico-gramatical ou literal. Somente desta forma se entenderá o real sentido da palavra de Deus.
Para tanto é necessário se interpretar a Escritura pelo seu caráter:
1) Simbólico e tipológico;
2) Profético;
3) Dos Salmos.
Os princípios interpretativos apresentados pelo autor buscam afastar-nos dos equívocos, dando primazia à compleitude da mensagem divina, sua unidade, e não pela particularidade doutrinária possível de acontecer quando se tem interferências ou declarações derivadas de outras fontes, inclusive, de cunho estritamente pessoal.
Ao final, o importante é conhecer a verdadeira declaração bíblica, a qual é o pensamento e a revelação autoritativa de Deus.

Jedson disse...

É devido às milhares de interpretações pessoais que o mundo está se perdendo com tantas seitas protestantes, auto denominadas "evangélicas".

O trabalho do historiador Orlando Fedeli sobre a interpretação da Sagrada Escritura chama-se "Leia a Bílbia?" - disponível em dezenas de sites, inclusive no da Associação Cultural Montfort.

Recomendo fortemente sua leitura.

Jorge Fernandes Isah disse...

Jedson,

não vou negar que haja bons interpretes na ICAR, mas posso garantir que a grande maioria católica interpreta as Escrituras não à luz delas mesmas, mas segundo a tradição da igreja.

Veja bem, não sou contra a tradição, nem contra o que a igreja definiu em sua história como correto [a Trindade Santa; as duas naturezas do Redentor; etc], acontece que há muitas coisas que ela definiu extra-bíblicamente e que nada tem a ver com a Palavra. Dogmas nasceram, morreram, e outros foram criados para morrerem e darem lugar a novos, baseados na infalibilidade da igreja ou do papa. A história está aí para mostrar quantos erros foram comentidos; e se foram, onde está a infalibilidade?

Querer excluir ou aprisionar a livre-interpretação seria o mesmo que dizer a um faminto que ele não deve caçar pois é perigoso. Mas o que é mais perigoso: caçar e ter a chance de se saciar ou morrer de fome?

O erro não está na liberdade que o crente tem de ler a Escritura [o que até mesmo foi proibido no passado] e interpretá-la; mas em como isso se dá. Se ele for cuidadoso em entender que a Escritura se auto-explica, e de que dúvidas devem ser sanadas na própria Escritura, dará um grande passo para lê-la e entendê-la corretamente. O outro ponto é de que, sem o agir do Espírito Santo, nem o melhor leitor e interprete obterá bons resultados em sua leitura. Pode até interpretá-la corretamente, mas ela não lhe servirá de nada, pois sem a mente de Cristo é-nos impossível aplicar corretamente a verdade, o conhecimento.

Portanto, a despeito dos erros da igreja, a livre-interpretação [que nada tem a ver com interpretação desonesta, irresponsável ou corrupta] é a melhor forma do crente se aproximar de Deus e de estar na liberdade do Espírito, de guiá-lo e revelar-lhe a verdade.

Mais uma coisa, quando estiver visitando a casa alheia, não ofenda o anfitrião. Você gostaria que eu fosse ao seu blog e chamasse-o de herético, apóstata ou pagão? Se está acostumado com agressões, eu por aqui não tenho o hábito de agredir ninguém; especialmente, não visito os outros para tirar uma "casquinha".

Da próxima vez, defenda o seu ponto de vista sem desmerecer os outros. Pois parece que o único argumento que tem e pelo qual pode se tornar "consistente" é menosprezando e ofendendo o seu opositor.

E dar dicas de link e livros sem emitir uma opinião própria, me parece um "cabrestamento" intelectual.

Cristo o abençoe!

Jorge Fernandes Isah disse...

Jedson,

mais uma coisa: se existe unidade na interpretação católica, e é o que você parece afirmar, por que há tantas correntes distintas e conflitantes entre vocês? Apenas para citar as mais atuais, podemos dizer que um teólogo da libertação tem a mesma interpretação da Bíblia [ou da igreja, se preferir] que um teólogo tradicional? E que esse tradicional tem a mesma interpretação que um teólogo carismático?

A própria história da ICAR está repleta de grupos antagônicos, ainda que a igreja se diga infalível, mas infalível em qual grupo doutrinário? A existência de divergências teológicas sinalizará e implicará na não infalibilidade de uma delas, e, por conseguinte, da própria igreja.

Você dirá: mas a infalibilidade é papal. Então, porque há encíclicas que dizem uma "verdade" para depois outra encíclica dizer outra "verdade", anulando a primeira?

Mas os heréticos são expulsos da igreja!, prosseguirá. Porém, ao que me conste, há padres carismáticos e não-carismáticos; há padres que pregam um evangelho social [terreno] enquanto outros o celestial; há padres que nem mesmo creem na maior parte do que está contido no Cânon, e continua normalmente a exercer suas funções debaixo da infalibilidade da igreja. Não lhe parece que isso é um grande guarda-chuvas cheio de remendos e fissuras que não impedem a chuva de alcançar quem está debaixo dele?

É muito fácil acusar os protestantes de heréticos, mas como o Senhor disse, tirai primeiro a trave do seu olho para que veja e tire o cisco do olho alheio.

Abraços.

Jedson disse...

Peraí. Vamos com calma porque você cometeu muitos erros e falácias nessas suas afirmações.

Se eu fosse analisar cada frase perderia um tempo demasiado, mas mesmo assim, comentarei alguns.

"não vou negar que haja bons interpretes na ICAR, mas posso garantir que a grande maioria católica interpreta as Escrituras não à luz delas mesmas, mas segundo a tradição da igreja."
Pode garantir? Por que você, não-católico, pode "garantir"? Você ao menos sabia que os pilares da Igreja são o Magistério, a Escritura e a Tradição?
Sem Tradição e Magistério não haveria Bíblia. Ou você acha que a Sagrada Escritura desceu dos céus e repousou suavemente sobre a mente de um protestante?

No segundo parágrafo há uma contradição.
Você diz não ser contra a Tradição, mas diz que ela definiu
extra-bíblicamente [sic] muitas coisas.
Ora, lembre-se dos pilares que já falei.

É uma falácia dizer que NADA têm a ver com a Palavra.

Sabemos que nenhum livro do mundo pode conter tudo. O Evangelho de São João nos ratifica isso. Sabe-se que nem tudo que Cristo fez está na
Bíblia. Mas parte desse conhecimento foi passado através da Tradição - inclusive, o filósofo Olavo de Carvalho comenta sobre isso.

Jedson disse...

O protestantismo prega a Sola Scriptura, negando o Magistério, passando

por cima das palavras de São Pedro que afirma que "nenhuma profecia da

Escritura é de interpretação particular" (II Pe. I, 20), achando,

erroneamente, que qualquer um pode ler a Bíblia e entender o real
significado de cada parte, pois o próprio Espírito Santo os iluminaria.

O Espírito Santo não é contraditório. Não poderiam estar certos Lutero,

Calvino, Knox, Ellen White, Joseph Smith, Edir Macedo, RR Soares... Todos
esses liam/lêem a Bíblia. Mas e aí? Quem tem as chaves (o poder, a
autoridade) concedidas por Nosso Senhor Jesus? Certamene Pedro e seus
sucessores. (Mt XVI)

Sendo Deus um só, só pode haver uma religião verdadeira, uma
interpretação verdadeira. E não precisa ser um expert para saber que a
igreja primitiva tão citada na Bíblia é a igreja de 2000 anos, que está
viva até hoje com uma "unbroken-line of Popes", sucessores de São Pedro.

"(...) os indoutos e inconstantes adulteram [as palavras de São Paulo]
(como também as outras Escrituras) para a sua própria perdição" (II Pe.

III,16)."

Jedson disse...

Continuando... ainda no segundo parágrafo, você afirma:
"Dogmas nasceram, morreram, e outros foram criados para morrerem e darem

lugar a novos[...]"
Baita sofisma! Dogmas não "morrem" como o senhor afirmou. E você diz
ainda que isso acontece baseado na infalibilidade do Papa.
Amigo, se você realmente tivesse pesquisado sobre, saberia que só no
Concílio vaticano I foi declarada a infalibilidade papal.

E o Papa é infalível, como diz o dogma, quando em pronunciamento ex
cathedra. Procure estudar sobre isso.

Lembrei-me do tosco Arnaldo Jabor que também usou-se dessa generalização
que quer fazer pensar que o Papa é SEMPRE infalível. Ele o é quando fala

em matéria de fé e moral, quando proclama-se oficialmente aos católicos.
Ele não o é quando fala de... sei lá... Matemática aplicada com fins
iméritos da bolsa de valores, por exemplo!

Isso resopnde sua pergunta.
"A história está aí para mostrar quantos erros foram comentidos; e se
foram, onde está a infalibilidade?"

Mas agora surgiu-me uma dúvida: que erros são esses que foram comeNtidos?

Jedson disse...

"Querer excluir ou aprisionar a livre-interpretação seria o mesmo que
dizer a um faminto que ele não deve caçar pois é perigoso. Mas o que é
mais perigoso: caçar e ter a chance de se saciar ou morrer de fome?"

Outra falácia! Essa comparação não procede pois, como já mostrei acima,

qualquer um pode ler, mas nem todos podem entender. Interpretação errada
é pior que um estado de ignorância.

Se nem todos têm competência para entender o que está nos livros comuns,

e menos ainda nos livros especializados e científicos, muito menos ainda
terão para compreender os livros da Escritura Sagrada, que são
profundíssimos. Um leitor despreparado, ou sem conhecimento conveniente,
não vai entender o texto, ou vai entendê-lo erradamente, ficando num
estado pior do que o de ignorância. PORQUE PIOR QUE NÃO SABER, É ENTENDER

ERRADO.
Por isso, Deus disse no Livro dos Provérbios: "assim como um espinheiro

está na mão de um bêbado, assim está a parábola na boca do ignorante"

(Prov. XXVI, 7). - Trecho retirado do trabalho que recomendei e você,
aparentemente, não leu - visto que comete erros já previstos e explicados
nesta obra do historiador Orlando Fedeli.

Jedson disse...

"Se ele for cuidadoso em entender que a Escritura se auto-explica, e de

que dúvidas devem ser sanadas na própria Escritura, dará um grande passo

para lê-la e entendê-la corretamente."

Absolutamente!
Em nenhuma parte da Bíblia está escrito "Leia a Bíblia".
Jesus disse: "Ide e ensinai", não "Ide, alfabetizai o povo, imprimi

Bíblias e deixem que cada um se vire para compreender, lendo e entendendo

corretamente".

A palavra de Deus exige elucidação, porque "a letra mata"

Encobre, isto é, em latim "cela", oculta, vela suas palavras. Ora, se

Deus visa salvar-nos por meio da
Revelação, por que ocultar, encobrir o que Ele quer nos comunicar?
Parece haver nisso uma contradição, porque o que se quer conhecido não
deve ser ocultado. Entretanto, Deus como que cobriu com um véu suas
palavras, envolvendo-as em mistério.

Também os Apóstolos ficaram intrigados pelo fato de que Jesus só falava

ao povo em parábolas e
comparações, e perguntaram ao Divino Mestre: "Por que razão lhes falas
por meio de parábolas? Ele,
respondendo, disse-lhes: "Porque a vós é concedido conhecer os mistérios
de Reino dos céus, mas a eles
não lhes é concedido. (...) Por isso lhes falo em parábolas, porque,
vendo, não vêem, e ouvindo, não ouvem,
nem entendem" (Mt, XIII, 10 e 13).

Jedson disse...

"Portanto, a despeito dos erros da igreja, a livre-interpretação [que
nada tem a ver com interpretação desonesta, irresponsável ou corrupta] é
a melhor forma do crente se aproximar de Deus e de estar na liberdade do
Espírito, de guiá-lo e revelar-lhe a verdade."
Not! Como a livre-interpretação nada tem a ver com interpretação
desonesta, irresponsável ou corrupta? Com a LIVRE-INTERPRETAÇÃO, qualquer
um é LIVRE para dar a INTERPRETAÇÃO que quiser da Escritura, seja esta
interpretação desonesta, irresponsável ou corrupta. Aí, é só pintar a
fachada da casa, "fundar" uma igreja e hangariar "fiéis", "crentes" e

"exímios leitores da Bíblia".

Se eu entregasse um livro sobre Cálculo Integral e Diferencial para um

aluno da 1ª série, ele leria, certamente. Mas não entenderia. Se para uma
disclina escolar NÃO PODE haver interpretações pessoais, quanto mais para

a Sagrada Escritura.

A Bíblia é formada por diversos livros, que foram escritos em línguas

diferentes, épocas diferentes, por pessoas com estilo diferentes e está
cheia de palavras e expressões que podem muito bem significar uma coisa
ou outra.

Se um livre-intérprete, semi-analfabeto, que mal assina o nome errar uma
palavra, ou um acento só, vai causar erros drásticos, que muitas vezes
são consumados com a abertura de uma nova seita!
(Vide o "pastor" que leu adultera, ao invés de adÚltera)

Jedson disse...

"Mais uma coisa, quando estiver visitando a casa alheia, não ofenda o
anfitrião. Você gostaria que eu fosse ao seu blog e chamasse-o de
herético, apóstata ou pagão?"

Em que momento eu te chamei de herético, apóstata, pagão, cismático ou de
torcedor do Corinthians? Mostre-me ipsi literis que o fiz.
O que disse, e repito, foi EXATAMENTE:

É devido às milhares de interpretações pessoais que o mundo está se

perdendo com tantas seitas protestantes, auto denominadas "evangélicas".
Como você interpretou isso? Minha frase foi unívoca.
Tá vendo como é perigoso demais esse negócio de livre-interpretação?

Desculpe-me minha ignorância, mas what the hell is "tirar casquinha"? Não

entendi. Mas tenho minha interpretação. Quer saber?

"Da próxima vez, defenda o seu ponto de vista sem desmerecer os outros.

Pois parece que o único argumento que tem e pelo qual pode se tornar

"consistente" é menosprezando e ofendendo o seu opositor."

Ué? O meu ÚNICO argumento foi ad hominem? Cadê mesmo? Mais uma vez
pergunto onde foi que eu te ofendi?
Se com o que eu falei, você ficou ofendido, é porque deu uma

interpretação errada do que escrevi.

Você é que está dizendo que fiz algo que não fiz.
"Se falei mal, prova-o, mas se falei bem, por que me bates?" (Jo XVII)

"E dar dicas de link e livros sem emitir uma opinião própria, me parece
um 'cabrestamento' intelectual."

Interessante, porém não surpreendente, ver uma afirmação dessa num blog
que fala de livros. Caso você ainda não tenha notado, usei citações do
texto que indiquei, da Bíblia, de ensaistas latinistas...
E opinião sobre a obras... sim, eu faço isso no meu blog.

Pax et bonum
Que o Cristo, Verbo de Deus, o abençoe também.

Jorge Fernandes Isah disse...

Jedson,

primeiro, suas palavras estão aí para todos lerem, não preciso repetir o que já disse, cada um veja por si mesmo. Se quer dar outra ênfase ao que falou, fique à vontade, mas o que foi dito, está dito.

Segundo, onde você leu que protestantes não se importam com o ensino? Na época em que eu fui católico, havia cursos para ocasiões especiais: batismo, primeira comunhão, crisma, casamento, etc, mas nunca vi, por exemplo, uma classe de EBD {Escola Bíblia Dominical] antes da missa... ou será que também estou enganado? Protestantes ou evangélicos não "inventam" doutrinas da noite para o dia, e se há alguém que faz isso, é repreendido publicamente na igreja, exortado a voltar à ortodoxia, disciplinado, e se insistir, expulso até que se arrependa do seu pecado.

Colocar protestantes juntamente com Edir Macedo, RR Soares, Ellen White e congêneres é o mesmo que dizer que vários grupos católicos não romanos, como a ICB, por exemplo, também são católicos; isso já é desespero! [rsrs].

Querer fazer uma nuvem de fumaça para esconder as várias correntes antagônicas dentro da própria ICAR a fim de se defender uma "unidade" teológica que não existe é, no mínimo, infantilidade.

Dogmas não nascem e morrem? Baita sofisma? Veja a história da sua igreja e me diga se isso é mesmo um sofisma? Se não houve dogmas que existiram e não existem mais, e outros que não existiram no passado mas ganharam vida há pouco... quem está escondendo o "sol com a peneira" mesmo?

Outra coisa, a pretensa infalibilidade do papa é nos assuntos religiosos, não os defendi em outros assuntos [até por que a nossa discussão é religiosa, certo!], ainda que a maioria dos católicos o tenha como infalível em quase tudo.

Quanto à livre interpretação ela não é livre, se atentou bem ao que eu disse, mas guiada pelo Espírito Santo. O Espírito é infalível, o homem não. Se guiado pelo Espírito, sua interpretação também será, se guiado pelo seu próprio espírito a chance de erro é muito grande. Não distorça o que eu disse. Em sua "livre-interpretação" está dizendo que eu falei o que eu não foi dito.

A Bíblia não é para ser lida mesmo? Então por que inúmeras editoras católicas publicam e vendem Bíblias? Para serem comidas ou expostas como um adorno? Faça-me rir! Para defender seus pontos de vista, você não somente está indo contra a própria Escritura, mas contra a lógica e até mesmo contra a sua igreja. Se a ICAR produz e vende Bíblias mas não as quer lidas, além de agir desonestamente, também me parece uma grande burrice.

Seu radicalismo quanto à "livre-interpretação" torna os seus argumentos tão irracionais que fica cansativo e improducente rebatê-los; em sua própria incoerência são auto-anulados.

Você me parece um rapaz bastante inteligente, que tem muitos conhecimentos, e eles ficam claros tanto no seu blog como nos comentários que você postou aqui. Apenas acho que precisam ser ordenados [me perdoe o achismo]. E apenas Cristo pode fazê-lo. Sem querer ser pretencioso, aconselho-o a orar e pedir ao Senhor que os ordene, e traga cativo todo o seu pensamento a Ele, o Verbo Eterno.

Fique na paz!

Grande e sincero abraço, no Senhor!

Jedson disse...

mais uma coisa: se existe unidade na interpretação católica, e é o que você parece afirmar, por que há tantas correntes distintas e conflitantes entre vocês? Apenas para citar as mais atuais, podemos dizer que um teólogo da libertação tem a mesma interpretação da Bíblia [ou da igreja, se preferir] que um teólogo tradicional? E que esse tradicional tem a mesma interpretação que um teólogo carismático?

Existe unidade sim na interpretação católica. A posição da Igreja é única. Se aparece um ou outro que dá uma interpretação errada, é problema dele. Ocorreu com Lutero que era católico e entendia tudo errado.

A TL é mesmo um problema. É um câncer na Igreja. Na Igreja que desde o princípio posiciona-se contra o comunismo, marxismo... tanto que o atual Papa, quando ainda era cardeal, deu ordem ao seu Leonardo Boff para se calar.

A Igreja não aprova a TL, assim como não aprova a pedofilia. Um padre não vira pedófilo; um pedófilo é que vira padre.
Os inimigos internos da Igreja são os piores, pois camuflam-se entre nós. Verdadeiros lobos em peles de cordeiro que ficam na Santa Igreja para promover o que é errado e denigrir sua imagem, fazendo confusão na mente de muitos, principalmente católicos.

Tem um livro de Malachy Martin, cujo título não lembro agora, que fala dessa trama, desse plano de infiltração de inimigos DA Igreja NA Igreja para sua "destruição" - Pus entre aspas, pois confio em Nosso Senhor que prometeu estar conosco até o fim dos tempos e que as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja.

Jedson disse...

"A própria história da ICAR está repleta de grupos antagônicos, ainda que a igreja se diga infalível, mas infalível em qual grupo doutrinário?"

A Igreja é infalível. Os seus membros não. Se eu roubar ou matar, o erro foi meu. Não pode-se culpar a Igreja por isso.
Em qual grupo doutrinário? Amigo, a Igreja é UNA. Roma locuta causa finita est. Inevitavelmente aparecem uns Boffs e Freis Bettos da vida, mas eles não são a Igreja.

"A existência de divergências teológicas sinalizará e implicará na não infalibilidade de uma delas, e, por conseguinte, da própria igreja."

Então o protestantismo agora foi derrubado também por um protestante!
Pois se qualquer um pode ler e interpretar a Bíblia, todos estarão certos, mesmo que sejam contraditórios.
Se seitas protestantes têm divergências teológicas - e como têm -, então o protestantismo está refutado. cqd

Não existe diveergência teológica na Igreja Católica.
Ela pronuncia-se e pronto. Está ficando repetitivo dizer que se aparece um ou outro com um ponto de vista, ou interretação diferente, isso não implica dizer que é a Igreja toda que está assim falando!

Jedson disse...

"Você dirá: mas a infalibilidade é papal. Então, porque há encíclicas que dizem uma "verdade" para depois outra encíclica dizer outra "verdade", anulando a primeira? "
É? Cite-me uma.

"Mas os heréticos são expulsos da igreja!, prosseguirá. Porém, ao que me conste, há padres carismáticos e não-carismáticos; há padres que pregam um evangelho social [terreno] enquanto outros o celestial; há padres que nem mesmo creem na maior parte do que está contido no Cânon, e continua normalmente a exercer suas funções debaixo da infalibilidade da igreja. Não lhe parece que isso é um grande guarda-chuvas cheio de remendos e fissuras que não impedem a chuva de alcançar quem está debaixo dele?"

Não. Não me parece. Não me parece porque não é.
Alguns padres entram no grupo por mim já citado anteriormente.
São verdadeiras desgraças para a Igreja.
O Fábio de melo - que nem gosta de assinar seus livros com o "Pe." na frente-, por exemplo, ele não é um exemplo de padre e a Igreja não recomenda, muito menos manda os padres serem como esse sem-batina.
Padres devem pregar o que a Igreja SEMPRE ensinou.
Padres marxistas pregam essa história de evangelho social e outros absurdos como o próprio Socialismo. Não pense que isso é aprovado pela Igreja que condena os erros de Karl Marx, Lênin, Stalin...

É muito fácil acusar os católicos de heréticos, baseados em sua própria interpretação protestante. Mas como o Senhor disse, tirai primeiro a trave do seu olho para que veja e tire o cisco do olho alheio! Facta sunt.

Abraços a você também.

Jedson disse...

"Segundo, onde você leu que protestantes não se importam com o ensino?"
Onde mesmo afirmei isso? Se você se refere ao desprezo ao Magistério,

repare que usei M maiúsculo. Sabes a diferença desse Magistério para

magistério?


"Na época em que eu fui católico, havia cursos para ocasiões especiais:

batismo, primeira comunhão, crisma, casamento, etc, mas nunca vi, por

exemplo, uma classe de EBD {Escola Bíblia Dominical] antes da missa... ou

será que também estou enganado?"
Um bom protestante foi um mal católico!
Olha, se pelos atos de uma paróquia você quer julgar a Igreja inteira,

isso sim me parece desespero, pois a generalizar é quase sempre um erro.
Temos a Escola Dominical, Infância Missionária, Arautos do Evangelho e

tantos outros.

As primeiras universidades que surgiram foi graças à Igreja Católica.
Você que tanto lê, quando supostamente era católico, leu o Catecismo da

Igreja Católica? Ou ao menos o Compêndio? Leste o Código de Direito

Canônico?


Protestantes ou evangélicos não "inventam" doutrinas da noite para o

dia, e se há alguém que faz isso, é repreendido publicamente na igreja,

exortado a voltar à ortodoxia, disciplinado, e se insistir, expulso até

que se arrependa do seu pecado. [... ou crie sua própria igreja!]
Afinal, o que é mais uma no meio de 50.000 (registradas)?

Jedson disse...

"Colocar protestantes juntamente com Edir Macedo, RR Soares, Ellen White

e congêneres é o mesmo que dizer que vários grupos católicos não romanos,

como a ICB, por exemplo, também são católicos; isso já é desespero!

[rsrs]."
Macedo, Soares, White... também são/eram protestantes. E eles não

diferenciam-se de Joseph Smith, Calvino, Henrique VIII, Meano Simons,

John Fox ou do fundador da seita "Sabão, sopa e salvação". Todos estes

fundaram suas "igrejas", proclamaram suas "verdades", convenceram muitos,

infelizmente.

E se você acha que é desespero, então você deu um tiro no próprio pé,

quando tentou confundir os pensamentos da TL com os da Igreja.



"ainda que a maioria dos católicos o tenha como infalível em quase tudo."
Correção: muitos protestantes é que pensam assim.


"Quanto à livre interpretação ela não é livre, se atentou bem ao que eu

disse, mas guiada pelo Espírito Santo. O Espírito é infalível, o homem

não. Se guiado pelo Espírito, sua interpretação também será, se guiado

pelo seu próprio espírito a chance de erro é muito grande. Não distorça o

que eu disse. Em sua "livre-interpretação" está dizendo que eu falei o

que eu não foi dito."

Ou você não entendeu o que disse (e pode ler de novo, visto que minhas

palavras estão aí para todos verem) ou você não entendeu o raciocínio

proposto.
Quem me garante que você quando lê a Bíblia está sendo guiado pelo

Espírito Santo?
Qual o critério para definir se a interpretação do pastor Zé ou de

Calvino está correta? Afinal, todos julgam-se estar inspirados pelo

Paráclito.
Qual foi guiada pelo Espírito Santo?
Ambas? Todas? I really don't think so. Pois, como eu disse e você

confirmou, o Espírito Santo não falha nem é contraditório.
Como o Espírito Santo poderia ter guiado infalivelmente 50.000 seitas

protestantes?

Por que o Espírito Santo só guiaria alguém a ter uma interpretação

correta da Bíblia em 1541?

A livre-interpretação é exatamente isso. Por mais que você negue, é

obrigado a aceitar o fato de que qualquer protestante vai pegar a Bíblia

com o mesmo pensamento que você (achando que está sendo guiado pelo

Espírito Santo) vai ler e dar sau interpretação. E esta é a correta, pois

ele foi guiado pelo Santo Espírito. Mesmo que muitos outros digam o mesmo

e tenham interpretações diferentes.

Jedson disse...

Não quero pôr palavras na boca de ninguém. E também não gosto que digam

que fiz algo que nunca fiz (para isso já basta o meu TOC).
Mas seguinte à sua frase, vem a indagação "A Bíblia não é para ser lida

mesmo?"
Eu nunca disse isso. Pode rever meus comentários.


"Seu radicalismo quanto à "livre-interpretação" torna os seus argumentos

tão irracionais que fica cansativo e improducente rebatê-los; em sua

própria incoerência são auto-anulados."
Me desculpe, mas isso me aparenta ser uma fuga. Uma fuga baseada na

desculpa que meus argumentos tornam-se irracionais.
Mostre a incoerência. Mas por que não refutá-los, então?
Porque fica cansativo...? Acredite, mais cansativo é para mim ter de

repetir 6 e meia dúzia para todo protestante que aparece falando as

mesmas coisas dos primeiros do século XV.

Obrigado os elogios e obrigado também por ter aprovados os meus comentários.

Fique com Deus.
Pax Christi.

Jorge Fernandes Isah disse...

Jedson,

qual o problema em se fugir de uma discussão que não dará em nada? Uma conversa circular dá nisso: repetição. Então, para o próprio bem de todos é melhor parar, e "fugir" se for o caso.

Seus argumentos foram postos, os meus também, mas nossos pressupostos são diferentes e não parece haver nenhuma vontade em mim ou em você de mudá-los. Então, ficaremos nos batendo até que um desmorone de cansaço.

Parece que a acusação maior ao protestantismo é a profusão de igrejas e seitas que se originaram dele, mas pergunto: e daí? Logo lá pelo séc. II ou III [você pode me dizer melhor] não ouve uma divisão entre a igreja? Que gerou a ocidental e a oriental? A ICAR e a Ortodoxa?

O fato de pessoas se considerarem capazes de "terem" uma igreja não torna a "livre-interpretação" a culpada, porque, como disse, toda interpretação deve estar cativa a Cristo. Acontece que muitos se rebelam contra ele e sua palavra, por isso vamos colocá-los na fogueira ou no paredon? Vamos silenciá-los? Que sejam responsáveis pelo que fazem, e Deus cobrará deles, não do protestantismo.

Você mesmo citou a fala de Paulo aos bispos de Éfeso sobre os lobos vorazes que desejam dispersar o rebanho. Acontece que o rebanho de Cristo estará sempre sobre os cuidados dele e jamais se dispersará. Mais do que se protestantes e católicos são hereges, o que importa é a sujeição e obediência à vontade de Deus, reconhecer a nossa miséria, desgraça, nudez, cegueira e pobreza para nos humilhar e nos render ao senhorio de Cristo.

A ICAR tem erros? Sim. Os protestantes têm erros? Sim. Qualquer cosmovisão que afirme a infabilidade da igreja já é errada em si mesma. Veja o caso de Coríntios. Paulo escreveu à igreja apresentando vários e muitos pecados, erros que até mesmo entre os gentios não se via. Mas, ainda assim, Paulo os chamou de irmãos, exortando-os a voltar à verdade do Evangelho.

Ao meu ver, nossa discussão, antes de glorificar a Deus, tem o objetivo de nos exaltar, ao ponto em que defendemos pontos que nem mesmo são importantes para a fé bíblica. O que não quer dizer que não devam ser discutidos, mas não me considero disposto a isso.

O que tinha para falar, já disse; não posso ir além do que está aí sem mudar os propósitos deste blog: incentivar a leitura e o estudo.

Portanto, não vou entrar em um debate longo e cansativo, que, como disse, apenas exaltará o meu ego. Tem hora que é melhor parar, então paro. Como está escrito: até o tolo, quando se cala, aparenta ser sábio.

Para terminar, gostaria de corrigir o seu penúltimo parágrafo: eu não disse que aprovava os seus comentários, disse que reconhecia o seu conhecimento e inteligência, mas que os considerava em desordem, exortando-o para a ordem, trazendo cativo todo o pensamento a Cristo. E isso, reitero. És inteligente, tens conhecimento, mas não é suficiente. Nada disso de nada vale se não nos levar à sujeição da Palavra. E essa é a real diferença entre o servo e o que não é [com isso, não estou dizendo que você não seja].

Cristo o abençoe!

Abraços.

Jedson disse...

Caro Jorge Fernando, salve Maria!

De fato, está ficando repetitivo este debate. As respostas para algumas perguntas suas deste último comentário já estão nos meus comentários anteriores (como o "e daí?", se refereindo a multiplicação de seitas prtestantes).

O cisma do Oriente é uma questão longa e delicada que, obviamente, não a esgotarei aqui, visto que não tenho tempo, nem conhecimento suficiente - reconheço.
Mas deixo umas referências para trabalhos e debates sobre o assunto: http://bit.ly/9mkdn5 | http://bit.ly/fEA8Si | http://bit.ly/g5RTKt

Os orientais arrogaram para si o título de "ortodoxos", mas são cismáticos por não aceitar um só pastor, o bispo de Roma, o Papa.
Mas ambas são católicas, têm sucessão apostólica e outras semelhanças...
Entretanto são as diferenças cruciais que nos separam - por enquanto.

Existe ainda outros pontos em seu comentário que não concordo, como o protestantismo não ter culpa no que tange à livre interpretação da Bílbia, às diversas versões e interpretações da mesma, aos erros doutrinários... mas como você mesmo declarou-se irredutível e por este debate está ficando repetitivo e cansativo demais, paro por aqui.

Fique com Deus.
Pax Christi.

ps.:
"[...]eu não disse que aprovava os seus comentários, disse que reconhecia o seu conhecimento e inteligência, mas que os considerava em desordem, exortando-o para a ordem, trazendo cativo todo o pensamento a Cristo."

Com "aceitar" eu quis dizer autorizar a sua postagem no blog, visto que muitos ateus e protestantes covardemente não o fazem, tentando ocultar o outro lado do debate.

Parafraseando Voltaire, posso não concordar com o que dizes mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-lo.

Helveciop disse...

Esse papo se deu há tanto tempo que nem sei se os interlocutores lerão a minha pequena participação, espero pequena mas não inútil. Caro Jadson, se considera cristão e crê basicamente no que cremos podemos conversar. O seu erro de compreensão histórico é simplório e a sua defesa da ICAR é indisfarsável. Contra os argumentos para defender essa oposição não defendemos a igreja protestante ou evangélica, pois não é só trocar uma pela outra. A verdade bíblica está ( Graças a Deus ) acima dessas duas opções. Espero que conheça o Deus da Escritura acima desconhecimento histórico, teológico,religioso, etc. A experiência cristã é pessoal, única, intransferível e só desse modo, somente o homem pode ser instruído pelo Espírito Santo. O fato de teólogos católicos, protestantes, do passado,calvino, Lutero, Agostinho, Edir Macedo, R.R. Soares, Leonardo Boff, etc, etc, tem uma explicação: Deus não dá a sua glória a ninguém. Todos nos debruçamos sobre a verdade, entendemos uma ou outra coisa e pronto. Imagine se qualquer homem soubesse ainda que legitimamente todas as respostas? Pior é quem nega aquilo que é mais importante em detrimento da verdade.

Um abraço.

Após a leitura, classificarei os livros assim:
Péssimo [0] Ruim [*] Regular [**] Bom [***] Muito Bom [****] Excelente [*****]