Freud [***]



Rousas J. Rushdoony
Editora Monergismo
104 Páginas


"Enquanto o homem enxergar a culpa como um problema da ciência e não da religião, a influência de Sigmund Freud permanecerá impregnada na mente do homem moderno. Freud foi um arquiteto da mente moderna - um construtor profano - como Marx e Darwin. Ele foi também um inimigo da religião - especialmente da Bíblia e dos seus padrões absolutos. Ele cria que o teísmo bíblico era a 'ilusão' que compunha o problema de culpa central do homem. Freud queria que o homem aceitasse seu predicamento moral sem referência ao pecado... Essa análise de um dos personagens mais insidiosos da história fornecerá discernimento para o ataque moderno que busca abolir o cristianismo e o pensamento bíblico".

6 comentários:

Jorge Fernandes Isah disse...

Freud é um livro interessante... Ao mesmo tempo em que Rousas chama a atenção para a influência do "Pai da Psicanálise" como um dos mais importantes ícones do humanismo/iluminismo, não deixa de revelar as incoerências, ingruências e desvios em seu pensamento.

De uma forma geral, negar que Freud seja juntamente com Darwin e Marx a tríade que formatou o pensamento materialista/naturalista, em que o homem se torna não somente o centro do universo mas o próprio deus de si mesmo, seria impossível.

O que mais chama a atenção é que Freud parte de idéias religiosas para definir e estruturar pensamentos não-religiosos [ao menos ele acredita que sim] ou que considerava cientificistas. A partir da concepção de teorias extravagantes, próprias de uma mente fantasiosa e que pretendia defender-se a todo o custo, Freud tenta combater o que considera absurdo e intolerável, Deus e o Cristianismo mais especificamente [ainda que ele abominasse qualquer idéia religiosa ou religião], com conceitos e soluções supra-absurdas e supra-intoleráveis, tal o grau de insanidade e excentricidade de suas proposições.

Como darwinista, colocava a solução de todas as questões na teoria da evolução, o que o levou a se embrenhar em uma densa neblina, onde não podia ver nada além do que estava em sua própria mente e, por isso, dava tanto valor ao que a mente humana era capaz de conceber.

Rousas faz um apanhado do seu pensamento em diversas áreas, informando-nos de que a maioria dos seus "achados" deve-se à antropologia claramente evolucionista/materialista.

Em linhas gerais, o que se percebe é que ele procurou construir uma "ciência" com o único objetivo de sustentar e promover o darwinismo e combater a religiosidade. O próprio darwinismo era uma solução para Deus e as religiões, o único que conseguia vislumbrar, logo, não havia como não cerrar fileiras com esse pensamento, afinal, não havia outro que se opusesse tão flagrantemente a idéia de Deus e ao Cristianismo. A partir daí, tornou-se um ferrenho lutador pró-humanista e anti-religioso; e várias gerações se viram perdidas e sucumbiram aos seus ideais corrompidos.

Algo interessante é que para ele não havia o senso moral a partir da religiosidade. Ou seja, o Deus bíblico não era a origem da moral, mas ela era uma resposta ao poder sexualista que o pai ou patriarca tinha, e que fazia com que houvesse uma clara disputa entre ele e os filhos pelo poder de possuir as mulheres da tribo e, por conseguinte, da própria tribo. E, por isso, inventou-se o cristo, que redimiria os homens da "tirania" do pai.

O pensamento é tão exdrúxulo e distorcido que dá ânsias de riso tal a sua fragilidade, ainda que seja algo engenhoso, malignamente engenhoso, mas ilógico e irracional.

Para piorar mais um pouco, ele não vislumbrou soluções para o homem; o homem é o que é, e estará condenado a ser o que sempre foi. Não há esperança, nem salvação.

Pior para ele, e para aqueles que não foram resgatados pela graça divina, e puderam descobrir que há sim esperança: Cristo. E de que não seremos mais como éramos antes, após conhecê-lo e ser por Ele resgatado de toda a loucura humana.

Freud bem como a maioria dos pensadores, faz jus ao que Paulo diz: dizendo-se sábios, fizeram-se loucos!

Jorge Fernandes Isah disse...

Algo que talvez não tenha ficado claro é que Freud via a religião como a necessidade do homem de se defender do pai, o tal do Complexo de Édipo; de tal forma que a criança encontrava-se num estado de desamparo, de abandono pelo pai, e, ao mesmo tempo, se sentia ameaçada por ele, tendo-se em vista a sua relação com a mãe, que estava na posição de "intrusa" e causadora do conflito pai-filho [provavelmente].

Ela formava o tripé da relação, sendo ao mesmo tempo a parte que ligava os extremos e a causa da disputa, sempre com uma conotação de poder-sexual, uma disputa entre machos.

Quando atingia-se a fase adulta, o filho sentia o desejo de se rebelar para sobreviver [se entendi corretamente]; uma espécie de vigança, dado o fato de agora estar em condições de medir forças com o seu genitor.

Isso tudo envolvido com a libido do macho, que desde pequeno se expressa sexualmente pela boca, anus e as partes nitidamente sexuais. O homem é movido pela libido, e essa libido juntamente com o desamparo e o senso de sobrevivência é que gerou a necessidade religiosa do homem; de se criar deus ou deuses onde possa resgatar o seu desamparo, dor e insegurança.

A solução para Cristo aventada por Freud é de um assombroso delírio, fruto de uma loucura latente, da perversão e incompreensão do homem por si mesmo.

O homem, sempre que tentar encontrar respostas em si mesmo, "viajará" como Freud, e ficará a "ver navios".

A Bíblia nos relata exatamente o contrário, de que o os filhos devem honrar e amar os pais, e os pais amar e respeitar seus filhos.

Há uma diferença absurda entre uma idéia e a outra, o que revela a superioridade do teocentrismo em relação ao antropocentrismo. Do Cristianismo como a única cosmovisão verdadeira sobre outras cosmovisões, especialmente a humanista.

Jorge Fernandes Isah disse...

Outro dado interessante é que, para Freud, a psicanálise não soluciona nem responde a nada, nem mesmo pode-se chegar a conclusões a partir dela; porém, ela é uma ferramenta, um dos meios pelo qual o pesquisador ou cientista pode chegar as conclusões, corretas ou não.

Ou seja, o próprio "Pai da Psicanálise" não advogava eficiência e soluções na psicanálise, e se ela não pode responder nem eficientemente levar a respostas, como pode ser uma ferramenta confiável para se formular conclusões?

Se Freud não acreditava em seu próprio método, porque muito do que "concluiu" foi dado como líquido e certo por gerações e gerações?

Novamente, o que me parece é que Freud estava mais preocupado com a autopromoção e a autodefesa de si mesmo e o ataque virulento à fé cristã do que propriamente em criar novos caminhos para a busca da verdade. Como humanista e um pré-"pós-modernista", será que ele considerava possível alguma verdade? Ou seria exatamente por não crer na verdade que divagou e estabeleceu uma oposição à verdade, colocando-se como verdade, mesmo que não acreditasse nela como em seu método?

Vá dormir com um barulho desses!

Humberto Dib disse...

Oi, entrei no seu blogue por acaso, achei muito legal mesmo, não queria sair sem comentar, parabéns!
Aproveito a oportunidade para convidá-lo ao meu que é de literatura.
Um abraço desde Argentina.
Humberto.

www.humbertodib.blogspot.com

Jorge Fernandes Isah disse...

Oi, Humberto!

Legal que gostou.
Fui até o seu blog, e já estou seguindo-o.
Gosto muito de literatura, mas meu espanhol é fraco [na verdade, portunhol].

Abraços.

Cristo o abençoe!

Atitude Filosófica disse...

Ajudem, seguem que seguimos de volta!

http://atitudfilosofica.blogspot.com.br/

Após a leitura, classificarei os livros assim:
Péssimo [0] Ruim [*] Regular [**] Bom [***] Muito Bom [****] Excelente [*****]