"O objetivo principal do autor é fundamentar os princípios éticos nos Dez Mandamentos, sem se concentrarnos argumentos e contra-argumentos de ordem racional ou filosófico. Ele argumenta que, na maior parte das grandes questões éticas, a Bíblia, de fato, tem uma posição clara e inequívoca. A intenção do autor éconsiderar os princípios e formas do agir ético, para ajudar aqueles que estão tão confusos quanto àsnormas de conduta que devem aplicar hoje"
Primeiramente, uma crítica ao livro. A revisão incorreta permitiu alguns erros linguísticos que não alteram o teor do livro, mas que, ao menos no meu caso, conseguiram me distrair enquanto o lia, desviando-me a atenção. Citarei apenas um que me pareceu gravíssimo, a utilização da expressão "a nivel de", uma espécie de neologismo equivocado, muito utilizado para demonstrar uma certa "sofisticação", um parecer bonito da fala, mas que está substituindo indevidamente locuções adverbiais corretas. A norma culta não se utiliza dessa expressão, que chega a ferir os ouvidos, e me levou a distrair-me bastante quando a lia. O correto é se escrever "ao nível" ou "no nível", significando altura, status, categoria, etc.
Muito se fala em ética hoje em dia, mas acho que poucas pessoas a relacionam com a lei e com a moral. Há até mesmo uma idéia de que ela prescinde-as, podendo ser apenas um pensamento, uma maneira de melhor se conviver na sociedade. Mas, pergunto: é possível haver ética sem moral? E moral sem um corpo legal que a estabeleça? Ao meu ver, isso é impossível, especialmente no Cristianismo. Nossas decisões e valores serão influenciados por um padrão normativo, seja a moralidade ou a imoralidade. Para um cristão, o aborto é algo imoral e antiético, para um abortista não é mais do que uma opção possível, dentro de uma moral e ética deturpadas. Então, qual o padrão a se usar? Para nós, e o restante da socieadade, deveríamos baseá-la na perfeição e santidade divinas, o padrão moral máximo pelo qual o homem rejeitaria valores abomináveis e ofensivos a Deus, e por conseguinte, ao homem. E esse padrão está no código moral divino, a sua Lei, dada a todos os homens sem exceção. Mesmo um não-crente se beneficiaria dela, ao ponto de poder viver tranquilo e em segurança, sabendo que qualquer infrator seria severamente castigado. Portanto, dizer que a ética não é derivada da moral e da lei, é dizer que não há ética, pois quem estabelece o sistema pelo qual ela existirá é exatamente a lei e a moral. O mundo prega um relativismo e um pluralismo que visa exatamente aniquilar a moral e a ética como absolutos, como um sistema de valores pelos quais a sociedade decidirá e julgará através das escolhas corretas; aquelas que Deus nos deu através das Escrituras, a palavra fiel, inerrante e infalível do Todo-Poderoso. É claro que, por causa da queda e do pecado, o homem sempre quererá e buscará [ou se inclinará] a tomar as decisões que são opostas ou contrárias a Deus, e também contrárias ao seu semelhante. Em muitos casos, se aglutinarão em grupos onde se defendem a não observância da ética cristã, em flagrante oposição a Deus, num sistema coorporativista onde o indivíduo é privilegiado em sua sanha de poder pecar e infrigir a Lei divina sem qualquer sanção ou penalidade.
Em muitos casos, os cristãos, aqueles que deveriam defender os valores morais e eticamente bíblicos, também se opõem a eles, reservando-se em grupos igualmente antinomistas, os quais consideram possível guardar a lei apenas em seus corações, e assim estarem distantes do justo julgamento da lei. No fundo é um habeas-corpus prévio para se cometer todos os tipos de crimes, ou melhor, um salvo-conduto; onde o pecado pode ser livremente cometido, disseminado, e até mesmo estimulado, ensinado e defendido como o padrão de liberdade alcançada pelo homem em que deve satisfação exclusivamente a si mesmo. Este é o caráter máximo da não observância da lei e da ética: a liberdade que se busca em pecar sem qualquer sentimento de culpa, sem qualquer coerção, de tal forma que o amor ao próximo será apenas outra palavra vazia, pois ao não me subordinar a ele [no sentido de que, ao amar a Deus e ao próximo, encontrar-me-ei na posição de dependência e humilhação], estarei apelando para a autonomia de que até mesmo o amor deve-se sujeitar à minha liberdade de fazer o que quero e como quero, sem o menor risco de satisfação ou compromisso com Deus e a sociedade [pelo contrário, eles é que se encarreguem de me aceitar e sustentar do meu jeito]. Mas o fato é de que a pretensa autonomia não existe, e nada mais é do que o homem sendo escravo de si através de um sistema de normas que o mantém preso ao invés de libertá-lo daquilo que lhe é danoso: a insubordinação e a rebeldia [leia-se revolução] contra Deus. Temos vários tipos de ética, e o homem está sujeito a elas, as quais são injustas e falhas em suas premissas, pois visam salvaguardar o homem a partir dele mesmo; ou seja, a imperfeição estará a serviço da imperfeição, dentro de uma relatividade a partir do senso cultural e temporal do conhecimento humano, que poderá, inclusive, abastecer-se no passado [quando pretensamente se conhecia menos] práticas mortas que afrontam a dignidade humana; sem contar o fato de ser uma afronta ao Senhor. Seria o mesmo que deixar o lobo cuidando das ovelhas; haverá sempre a busca em burlar, em falseá-la, e assim, ver-se livre da moral e da ética. Podemos citar, como exemplos, a ética marxista, que na verdade é a não-ética, pois para eles tudo é possível, até os mais hediondos, reprováveis, imorais e ignóbeis atos a fim de que a revolução seja vitoriosa. No processo revolucionário tudo é possível, menos a moral e a ética. E com eles, muitos cristãos estão a se misturar e a sujar as mãos no sangue dos santos, imbuídos de uma luta na qual serão também vítimas [se já não são], pois servem apenas de “escada”, de massa de manobra [um termo bem marxista] para se atingir o poder, e então, serão descartados; ou se juntarão definitivamente em suas fileiras imorais e antiéticas sem nenhum peso na consciência ou escrúpulo, pelo contrário, com a certeza do dever cumprido em nome da “causa”. Há éticas de todas as formas e para todos os gostos: existencialista, utilitária, naturalista, etc, mas todas como conseqüência da rebelião, da rejeição do homem natural a Deus; que se quer ver livre de qualquer padrão justo e santo, assim como o porco se refestela na lama, sujando-se ainda mais. É o como está escrito: “Quem é injusto, seja injusto ainda; e quem é sujo, seja sujo ainda” [Ap 22.11].
Pallister, a partir do decálogo [os Dez Mandamentos] traça abordagens históricas [voltadas para o caráter filosófico e histórico de cada mandamento] e suas perspectivas bíblicas, no AT e no NT. Ao que parece, o autor defende uma moral e ética bíblicas para todos os homens em todos os tempos, mas fiquei com a impressão de que ele volta-se mais apropriadamente para o cristão, o qual deve ter prazer e gozo em obedecer a lei, como prova da obra que Deus está a operar em sua vida, como agradecimento pela justificação que lhe foi dada por Cristo na cruz, e pela santificação que se está em curso. Mas ao defender a justiça, retidão e santidade da Lei, ele a transpõe como o padrão perfeito de ética e moral para todos os homens, de forma que os justos serão beneficiados por ela, pela justiça que ela traz, enquanto os injustos serão punidos por ela, pela igualmente justiça que ela traz. Não sei ainda sobre a sua defesa da pena de morte, se tocará no assunto, o que está mais à frente [no momento, leio a pg 63], mas que será tema, por aqui. A discordar da sua posição quanto ao casamento misto no qual ele crê ser não-bíblico, porém, abre-se uma brecha para que o(a) crente se relacione com o(a) incrédulo(a), desde que se busque levá-lo(a) a Cristo [pg 37]. Ora, como Paulo disse: "Porque, de onde sabes, ó mulher, se salvarás teu marido? ou, de onde sabes, ó marido, se salvarás tua mulher?" [1Co 7.16]. A salvação é divina, e somente Deus poderá salvar ou não; mas o crente é chamado à obediência, e a Escritura é clara em fazer separação entre o fiel e o infiel; portanto, considero essa colocação do autor como um conselho temerário, pois mesmo desaprovando a desobediência a Deus, ainda que em rebeldia, o homem deve buscar por uma bênção por seus próprios meios e esforços. Ao citar os casamentos mistos de Salomão, ele deixa evidente os efeitos que eles trouxeram não somente para o povo de Israel [a idolatria], mas para o próprio Salomão, que também se tornou idólatra, e queimou incenso para outros "deuses". Deus pode abençoá-lo(a) na desobediência? Sim, é possível; o que, contudo, não absolve o crente em sua desobediência, em rejeitar o princípio tão claro de separação que Deus estabeleceu para o seu povo; e de ser disciplinado por isso, caso seja realmente um filho de Deus. Do contrário, a ira do Senhor está sobre ele.
4 comentários:
Primeiramente, uma crítica ao livro. A revisão incorreta permitiu alguns erros linguísticos que não alteram o teor do livro, mas que, ao menos no meu caso, conseguiram me distrair enquanto o lia, desviando-me a atenção. Citarei apenas um que me pareceu gravíssimo, a utilização da expressão "a nivel de", uma espécie de neologismo equivocado, muito utilizado para demonstrar uma certa "sofisticação", um parecer bonito da fala, mas que está substituindo indevidamente locuções adverbiais corretas.
A norma culta não se utiliza dessa expressão, que chega a ferir os ouvidos, e me levou a distrair-me bastante quando a lia.
O correto é se escrever "ao nível" ou "no nível", significando altura, status, categoria, etc.
Muito se fala em ética hoje em dia, mas acho que poucas pessoas a relacionam com a lei e com a moral. Há até mesmo uma idéia de que ela prescinde-as, podendo ser apenas um pensamento, uma maneira de melhor se conviver na sociedade. Mas, pergunto: é possível haver ética sem moral? E moral sem um corpo legal que a estabeleça? Ao meu ver, isso é impossível, especialmente no Cristianismo.
Nossas decisões e valores serão influenciados por um padrão normativo, seja a moralidade ou a imoralidade. Para um cristão, o aborto é algo imoral e antiético, para um abortista não é mais do que uma opção possível, dentro de uma moral e ética deturpadas.
Então, qual o padrão a se usar?
Para nós, e o restante da socieadade, deveríamos baseá-la na perfeição e santidade divinas, o padrão moral máximo pelo qual o homem rejeitaria valores abomináveis e ofensivos a Deus, e por conseguinte, ao homem. E esse padrão está no código moral divino, a sua Lei, dada a todos os homens sem exceção. Mesmo um não-crente se beneficiaria dela, ao ponto de poder viver tranquilo e em segurança, sabendo que qualquer infrator seria severamente castigado.
Portanto, dizer que a ética não é derivada da moral e da lei, é dizer que não há ética, pois quem estabelece o sistema pelo qual ela existirá é exatamente a lei e a moral.
O mundo prega um relativismo e um pluralismo que visa exatamente aniquilar a moral e a ética como absolutos, como um sistema de valores pelos quais a sociedade decidirá e julgará através das escolhas corretas; aquelas que Deus nos deu através das Escrituras, a palavra fiel, inerrante e infalível do Todo-Poderoso.
É claro que, por causa da queda e do pecado, o homem sempre quererá e buscará [ou se inclinará] a tomar as decisões que são opostas ou contrárias a Deus, e também contrárias ao seu semelhante. Em muitos casos, se aglutinarão em grupos onde se defendem a não observância da ética cristã, em flagrante oposição a Deus, num sistema coorporativista onde o indivíduo é privilegiado em sua sanha de poder pecar e infrigir a Lei divina sem qualquer sanção ou penalidade.
Continua [...]
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Em muitos casos, os cristãos, aqueles que deveriam defender os valores morais e eticamente bíblicos, também se opõem a eles, reservando-se em grupos igualmente antinomistas, os quais consideram possível guardar a lei apenas em seus corações, e assim estarem distantes do justo julgamento da lei. No fundo é um habeas-corpus prévio para se cometer todos os tipos de crimes, ou melhor, um salvo-conduto; onde o pecado pode ser livremente cometido, disseminado, e até mesmo estimulado, ensinado e defendido como o padrão de liberdade alcançada pelo homem em que deve satisfação exclusivamente a si mesmo.
Este é o caráter máximo da não observância da lei e da ética: a liberdade que se busca em pecar sem qualquer sentimento de culpa, sem qualquer coerção, de tal forma que o amor ao próximo será apenas outra palavra vazia, pois ao não me subordinar a ele [no sentido de que, ao amar a Deus e ao próximo, encontrar-me-ei na posição de dependência e humilhação], estarei apelando para a autonomia de que até mesmo o amor deve-se sujeitar à minha liberdade de fazer o que quero e como quero, sem o menor risco de satisfação ou compromisso com Deus e a sociedade [pelo contrário, eles é que se encarreguem de me aceitar e sustentar do meu jeito].
Mas o fato é de que a pretensa autonomia não existe, e nada mais é do que o homem sendo escravo de si através de um sistema de normas que o mantém preso ao invés de libertá-lo daquilo que lhe é danoso: a insubordinação e a rebeldia [leia-se revolução] contra Deus. Temos vários tipos de ética, e o homem está sujeito a elas, as quais são injustas e falhas em suas premissas, pois visam salvaguardar o homem a partir dele mesmo; ou seja, a imperfeição estará a serviço da imperfeição, dentro de uma relatividade a partir do senso cultural e temporal do conhecimento humano, que poderá, inclusive, abastecer-se no passado [quando pretensamente se conhecia menos] práticas mortas que afrontam a dignidade humana; sem contar o fato de ser uma afronta ao Senhor. Seria o mesmo que deixar o lobo cuidando das ovelhas; haverá sempre a busca em burlar, em falseá-la, e assim, ver-se livre da moral e da ética. Podemos citar, como exemplos, a ética marxista, que na verdade é a não-ética, pois para eles tudo é possível, até os mais hediondos, reprováveis, imorais e ignóbeis atos a fim de que a revolução seja vitoriosa. No processo revolucionário tudo é possível, menos a moral e a ética. E com eles, muitos cristãos estão a se misturar e a sujar as mãos no sangue dos santos, imbuídos de uma luta na qual serão também vítimas [se já não são], pois servem apenas de “escada”, de massa de manobra [um termo bem marxista] para se atingir o poder, e então, serão descartados; ou se juntarão definitivamente em suas fileiras imorais e antiéticas sem nenhum peso na consciência ou escrúpulo, pelo contrário, com a certeza do dever cumprido em nome da “causa”.
Há éticas de todas as formas e para todos os gostos: existencialista, utilitária, naturalista, etc, mas todas como conseqüência da rebelião, da rejeição do homem natural a Deus; que se quer ver livre de qualquer padrão justo e santo, assim como o porco se refestela na lama, sujando-se ainda mais. É o como está escrito: “Quem é injusto, seja injusto ainda; e quem é sujo, seja sujo ainda” [Ap 22.11].
Pallister, a partir do decálogo [os Dez Mandamentos] traça abordagens históricas [voltadas para o caráter filosófico e histórico de cada mandamento] e suas perspectivas bíblicas, no AT e no NT.
Ao que parece, o autor defende uma moral e ética bíblicas para todos os homens em todos os tempos, mas fiquei com a impressão de que ele volta-se mais apropriadamente para o cristão, o qual deve ter prazer e gozo em obedecer a lei, como prova da obra que Deus está a operar em sua vida, como agradecimento pela justificação que lhe foi dada por Cristo na cruz, e pela santificação que se está em curso.
Mas ao defender a justiça, retidão e santidade da Lei, ele a transpõe como o padrão perfeito de ética e moral para todos os homens, de forma que os justos serão beneficiados por ela, pela justiça que ela traz, enquanto os injustos serão punidos por ela, pela igualmente justiça que ela traz. Não sei ainda sobre a sua defesa da pena de morte, se tocará no assunto, o que está mais à frente [no momento, leio a pg 63], mas que será tema, por aqui.
A discordar da sua posição quanto ao casamento misto no qual ele crê ser não-bíblico, porém, abre-se uma brecha para que o(a) crente se relacione com o(a) incrédulo(a), desde que se busque levá-lo(a) a Cristo [pg 37]. Ora, como Paulo disse: "Porque, de onde sabes, ó mulher, se salvarás teu marido? ou, de onde sabes, ó marido, se salvarás tua mulher?" [1Co 7.16]. A salvação é divina, e somente Deus poderá salvar ou não; mas o crente é chamado à obediência, e a Escritura é clara em fazer separação entre o fiel e o infiel; portanto, considero essa colocação do autor como um conselho temerário, pois mesmo desaprovando a desobediência a Deus, ainda que em rebeldia, o homem deve buscar por uma bênção por seus próprios meios e esforços. Ao citar os casamentos mistos de Salomão, ele deixa evidente os efeitos que eles trouxeram não somente para o povo de Israel [a idolatria], mas para o próprio Salomão, que também se tornou idólatra, e queimou incenso para outros "deuses".
Deus pode abençoá-lo(a) na desobediência? Sim, é possível; o que, contudo, não absolve o crente em sua desobediência, em rejeitar o princípio tão claro de separação que Deus estabeleceu para o seu povo; e de ser disciplinado por isso, caso seja realmente um filho de Deus. Do contrário, a ira do Senhor está sobre ele.
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