Nascido de Novo (****)



Vincent Cheung

Editora Monergismo
140 Páginas


"A doutrina da regeneração, ou do novo nascimento em Cristo Jesus, é uma das doutrinas mais fundamentais da nossa santa religião. Não obstante isso, ela tem sido amplamente negligenciada, quando não, totalmente deturpada. Por um lado, existem aqueles que sequer sabem do que se trata, por estarem enredados em heresias como a teologia da prosperidade e outros desvios doutrinários. Por outro, há os que distorcem o ensino bíblico, ensinando que o pecador precisa crer para que seja regenerado.
Neste pequeno livro, Vincente Cheung, teólogo já conhecido e apreciado no Brasil, faz uma exposição da passagem de João 3.1-21, que trata do famoso encontro de Jesus com Nicodemos. Embora não lide com questões complexas, como nos seus outros livros de teologia, apologética e filosofia, o autor, como lhe é tão característico, esclarece dificuldades e questiona suposições que muitas vezes sustentamos sem justificativa bíblica".

4 comentários:

Jorge Fernandes Isah disse...

Cheung, como o título diz, nos revela à luz da Escritura o que é o novo nascimento.
A partir do texto de João 3.1-21 (o diálogo entre o Senhor Jesus e o fariseu Nicodemus), numa análise expositiva de cada versículo, o autor nos esclarece a profundidade da revelação a qual Cristo faz ao princípe dos judeus.
Muitas vezes essa passagem não é lida com os olhos espirituais, e portanto, não se é capaz de distinguir nela o poder da regeneração para a vida eterna (através da capacitação do Espirito Santo para que o pecador compreenda a obra salvífica realizada por Cristo na cruz), e suas implicações para aqueles que não nasceram de novo: viver um cristianismo nominal, sem profundidade escriturística, sem entendimento e conhecimento de Deus, apegado às tradições, e condenado inevitalmente ao Inferno.
Pois, se o pecador não nascer do "alto", não nascer do Espírito, não terá seus olhos abertos, e será incapaz de entender o real significado do Evangelho: o pode de Deus para a salvação do perdido.
Por isso, muitos se apegam a um outro evangelho ou ao antievangelho, professando-se cristãos quando na verdade a impressão que têm do que venha a ser cristianismo não passa de uma amálgama de conceitos humanos e superficiais a respeito de si mesmos, da religião, de Deus, e da vida eterna.
Como Vincent contundentemente expõe: "o homem natural rejeita as verdades espirituais não porque ele seja intelectualmente superior, mas porque ele é intelectualmente inferior, e essa intelectualidade inferior tem uma causa espiritual como sua origem" (pg 54).
Basicamente, é o que Paulo diz: "Porque a loucura de Deus é mais sábia que a sabedoria humana (1Co 1.25).
Cheung retira do "novo nascimento" qualquer influência superticiosa, sentimental, irracional ou esotérica, desmitificando o conceito cristão atual de que nem mesmo é necessária a regeneração, mas sensações sinceras (como se isso fosse possível ao homem caído). Ele traz o "novo nascimento" como algo bíblico, fruto do poder de Deus de regenerar o perdido, como uma obra eficaz, plena, duradoura e espiritual, até que seja concluída no dia de Jesus Cristo (Fp 1.6).
O "novo nascimento" não é humano, mas Deus operando total e completamente no homem. Sem que Deus queira, o indivíduo permanecerá eternamente morto em seus delitos, pois, "Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou,
Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), E nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus" (Ef 2.4-6).
Quem além do Senhor pode operar tal maravilha?

Jorge Fernandes Isah disse...

Alguns conceitos do livro:
"Mas o que é impossível para o homem é possível para Deus. Isso é Cristianismo! Deus realiza o que é impossível para o homem fazer. Assim, enquanto uma pessoa estiver fixada em descobrir o que está em seu próprio poder para salvar a si mesma, ou para fazê-la aceitável a Deus, ela nunca entrará no reino do céu". (pg 41).

"Em resposta, devemos primeiramente admitir que o evangelho de fato chega como um insulto para alguém que ainda não percebeu sua necessidade de salvação... Em termos de sabedoria e inteligência, não há nenhuma diferença essencial entre o professor de filosofia ou o físico pesquisador e o tolo, que não terminou a escola primária, o analfabeto que não pode ler suas correspondências, ou a pessoa mentalmente incapaz que precisa de ajuda para abotoar sua camisa. Em termos de moral e virtudes, não há nenhuma diferença essencial entre o humanista ou o monge e as prostitutas de ruas, o estuprador serial, ou o assassino de multidões. Assim, o professor e o filantropo ficam irados quando lhes é dito que eles não são melhores do que o burro ou a prostituta diante de Deus" (pg. 44).

"Os efeitos do pecado sobre a mente não podem ser sobrepujados pela educação, nem mesmo pela educação em seminário, mas somente quando o Espírito de Deus ilumina a mente através da Escritura" (pg 47).

"Em outras palavras, é precisamente a falta de fé e não a abundância de fé que os fez irracionais, que os impediu de raciocinar a partir de premissas verdadeiras para a conclusão necessária deles, que os atrapalhou em perceber e entender a verdade" (pg 51).

Sobre João 8.39-47:
"Algo pode ser mais claro? Jesus lhes diz a verdade, a verdade sobre as coisas espirituais, usando linguagem simples e direta. Por que eles não entendem? Por que eles não crêem? "Vocês não o ouvem porque não pertencem a Deus". Aqui está a resposta. O diabo é o pai deles, mas o diabo é um mentiroso, e esse é o porquê eles não podem entender ou crer na verdade. Eles não podem processar algo que a natureza espiritual deles não consegue entender" (pg 69).

Jorge Fernandes Isah disse...

O Autor afirma a exclusividade, suficiência e capacidade de Cristo ser o único caminho pelo qual o pecador será salvo. Não há outro. Portanto, assim como Cristo é o único salvador, o Cristianismo é a única fé em que, igualmente, o homem encontrará a verdade; logo, todos as demais religiões são falsas, não passando de fraudes, e jamais serão capazes de levar o homem ao conhecimento do Deus único e vivo.
Então, após nos explicar o que é o novo nascimento, Cheung expõe que, tanto como a regeneração, a salvação é uma obra exclusiva de Deus, na qual o homem não colabora em nada.
O cap. de João 3.16 é especialmente esclarecedor quanto ao erro arminiano da expiação ilimitada, quanto à falsa liberdade do homem poder escolher ou não a Deus. Esses aspectos em especial são demolidos por Cheung, que escrutina-os o suficiente para calar qualquer arminiano de sua rebeldia (tirar parte, por mais ínfima que seja da glória de Deus é pura e total rebeldia; para mim, é pecado mesmo!).
A expiação é uma obra não somente completa de Deus, mas eficaz para garantir a salvação aos escolhidos, e não apenas uma expectativa de salvação. Cristo, ao morrer na cruz, levou sobre Si os pecados dos eleitos, garantindo infalivelmente que assim eles serão salvos, sem nenhuma possibilidade de não sê-los.
Essa é a verdadeira obra de Deus, claramente exposta nas Escrituras, e a qual muitos rejeitam.
"Aqueles que 'pertencem' a Deus, aqueles a quem Deus já deu a Cristo - 'todos o que' são dele, certamente virão a Cristo e crerão. E Jesus promete que eles 'não perecerão, mas terão a vida eterna' (v. 16). Assim, o versículo implica que aqueles que não crêem perecerão. O versículo 18 confirmará essa inferência, e assim, mencionaremos isso novamente quando chegarmos a ele" (pg. 118).

Jorge Fernandes Isah disse...

Se o leitor, ainda que incrédulo, não se furtar a ler de capa a capa este livro, certamente entenderá como é o chamado de Deus para a salvação do ímpio, e como a Sua obra é completa, total, eficaz e sobrenatural. Esse leitor poderá não nascer de novo, se estiver destinado à condenação, mas não poderá dizer que o livro de Cheung é hermético, complexo, ininteligível, pelo contrário, ele estará inescusável, pois "segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus" (Rm 2.5).
Aqui estão presentes as doutrinas da salvação, da expiação limitada, da eleição, da depravação do homem, e da regeneração, além de uma defesa consistente e bíblica da fé cristã.
Vale a pena ter e ler o livro.

Após a leitura, classificarei os livros assim:
Péssimo [0] Ruim [*] Regular [**] Bom [***] Muito Bom [****] Excelente [*****]